terça-feira, 18 de novembro de 2008

Recessão no Japão pode ir até 2010

Premiê britânico apóia incentivos fiscais para economia

Estados arrecadam 64,41% a mais de ICMS em 10 anos

Brasil e Argentina defendem barreiras para importações

Atuações do BC no câmbio somam US$ 46 bi, diz Meirelles

Recessão no Japão pode ir até 2010

Ministro não acredita em crescimento da economia no próximo ano fiscal.
Japão entrou em recessão após contração entre julho e setembro, de 0,4%.
G1
18/11/2008
O ministro da Polícia Fiscal e Economia do Japão, Kaoru Yosano, afirmou nesta terça-feira (18) que a contração na segunda maior economia do mundo pode se arrastar durante por todo o ano fiscal de 2009, cujo período só termina em março de 2010, informou a agência local “Kyodo”.
“É difícil achar fatores que possam contribuir para trazer o PIB ao território positive”, afirmou o ministro, em entrevista à agência de notícias japonesa.
O governo japonês anunciou na segunda-feira (17) que a economia do Japão entrou em recessão após uma contração entre julho e setembro de 0,4% em termos reais, a segunda redução trimestral consecutiva depois dos 3% entre abril e junho.
Yosano disse que a economia japonesa estava “em uma fase de recessão” e que por enquanto permanecerá assim, dadas as perspectivas de arrefecimento da economia global.
Yosano admitiu que não acredita que a economia japonesa possa ter um crescimento positivo nos anos fiscais de 2008 e 2009. “As previsões econômicas deverão ser a base para a compilação orçamentária e devemos enfrentar essa realidade”, apontou.

Premiê britânico apóia incentivos fiscais para ativar economia

EFE
18/11/2008
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, afirmou hoje que o Reino Unido está disposto a apoiar os incentivos fiscais para ativar a economia, como pediu o Fundo Monetário Internacional (FMI) na cúpula do G20.
Ao término de uma reunião em Londres com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, Brown cumprimentou o pedido do FMI e assegurou que seu país está disposto a responder à solicitação.
"O Reino Unido, como muitos outros países da Europa, está preparado para fazer sua contribuição a fim de dar um impulso fiscal", ressaltou o chefe do Governo.
"Ficou clara a necessidade de um incentivo fiscal urgente para ajudar as famílias e os negócios em situação difícil", algo que foi "aceito no mundo todo", disse Brown, cujo Governo apresentará no dia 24 o orçamento do Estado.
O primeiro-ministro e Barroso analisaram como a Europa poderá aplicar as medidas para enfrentar a crise econômica global, analisadas na reunião do fim de semana em Washington do Grupo dos 20, entre elas a reforma das instituições financeiras.
Por sua vez, Barroso destacou a cooperação internacional do fim de semana em Washington e elogiou a liderança de Brown na crise.
"Este fim de semana mostramos que podemos preparar uma resposta global à crise financeira e podemos ter uma resposta econômica à crise financeira", ressaltou Barroso.
"Necessitamos uma resposta coordenada. É bastante óbvio agora que, ou bem nadamos juntos ou nos afundamos juntos, na Europa e no resto do mundo", especificou Barroso.
A cúpula do G20 terminou, neste fim de semana, com um compromisso para reformar e fortalecer os mercados financeiros e de se reunir novamente em menos de seis meses para avaliar os progressos obtidos.

Estados arrecadam 64,41% a mais de ICMS em 10 anos

Valor Econômico / Zínia Baeta
18/11/2008
Apesar de os Estados alegarem prejuízos com a guerra fiscal, o que se observa nos últimos dez anos no país é um aumento na arrecadação de ICMS em todas as unidades da federação, mesmo naquelas mais afetadas pela briga. Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) com exclusividade para o Valor, em 1998, ano em que os Estados passaram a conceder benefícios fiscais com maior agressividade, a arrecadação do ICMS correspondeu a R$ 60,92 bilhões no país. No ano passado, totalizou R$ 187,62 bilhões - um crescimento nominal de pouco menos de R$ 127 bilhões, ou um aumento de 207,97%.
Em termos reais, excluindo a variação monetária calculada pelo IPCA, a arrecadação do ICMS cresceu 64,41%. A região Norte teve um crescimento real de arrecadação de 116,25%, seguida da região Centro-Oeste, com 114,18%, da região Nordeste, com 76,87%, da região Sul, com 69,65%, e da região Sudeste, com 51,16%. "A arrecadação efetivamente não piorou, pois ao mesmo tempo em que muitos Estados deram benefícios em nome da guerra fiscal, outros elevaram em muito suas alíquotas de ICMS para atividades que atingem todos os consumidores e criaram a substituição tributária", afirma o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.
De acordo com especialistas em ICMS , mesmo aqueles Estados que perderam indústrias registraram um crescimento da arrecadação. Além do aumento das alíquotas do imposto ao longo dos anos para os setores de combustível, energia e telecomunicações, os fiscos passaram a usar instrumentos tecnológicos para melhorar o controle dos contribuintes e diminuir a fuga da arrecadação. "Há também o fato de os serviços de telecomunicações terem ampliado em muito o leque de atuação. Hoje há mais de 100 milhões de usuário de celular no país", exemplifica um advogado que preferiu não se identificar. Outra razão é o próprio crescimento econômico do Brasil ao longo dos últimos dez anos.

Chávez reconhece que crise afetará economia venezuelana

EFE
18/11/2008
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, reconheceu hoje que a queda dos preços do petróleo registrada no meio da atual crise financeira internacional "vai afetar" a economia da Venezuela, quinto maior exportador mundial de petróleo.
Após reiterar que o país está blindado no aspecto financeiro contra a crise mundial pelo fato de o Governo socialista ter se desatrelado do sistema capitalista "perverso" que a causou, Chávez disse que a economia nacional será afetada, mas pela "via" do mercado petrolífero.
O preço do petróleo venezuelano "segue caindo, está em menos de US$ 50, quando há três meses estava acima dos US$ 130, por essa via a crise mundial nos afetará", reconheceu Chávez, em um ato voltado às eleições regionais e municipais do próximo domingo.
"Mas tenham a certeza de que à frente está Hugo Chávez e um grupo de venezuelanos e venezuelanas que trabalham, que estudam sem descanso. A Venezuela irá adiante, apesar da crise mundial", afirmou o líder a seus seguidores, reunidos em um comício em Valles del Tuy, zona divisória com Caracas.
O barril de petróleo venezuelano perdeu em 14 de novembro US$ 6,61 e fechou com um preço médio semanal de US$ 46,35, de acordo com o relatório semanal do Ministério de Energia e Petróleo.

Brasil e Argentina defendem barreiras para importações

BBC Brasil / Marcia Carmo
18/11/2008
Dois dias depois de assinarem a declaração conjunta do G20, que inclui uma rejeição ao protecionismo e a promessa de passar um ano sem criar barreiras ao comércio, autoridades do Brasil e da Argentina defenderam o aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para produtos como vinhos, pêssegos, lácteos, têxteis, couro e móveis de madeira, entre outros.
A decisão de aumentar barreiras para estes itens faz parte do comunicado divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Indústria do governo argentino, após reunião, em Buenos Aires, entre negociadores dos dois países.
"(Os dois governos) decidiram levar à próxima reunião do Mercosul (em dezembro, em Salvador) os requerimentos para o aumento da TEC para vinhos, pêssegos, lácteos, têxteis, produtos de couro, móveis de madeira, entre outros", diz o texto.
Perguntado pela BBC Brasil sobre esta iniciativa, anunciada após reunião do G20, em Washington, um assessor da Secretaria de Indústria da Argentina afirmou que "não há contradição", já que a idéia de aumentar a TEC não significa medida ampla, mas sim "específica para produtos sensíveis à entrada de similares produzidos fora do bloco".
O assessor ainda destacou: "Isso não é protecionismo. É defender nossa produção. Todos os países do mundo estão cuidando de suas indústrias sensíveis, vulneráveis neste momento (de crise financeira internacional)".
O comunicado da Secretaria de Indústria informa ainda que a Argentina destacou, na reunião desta segunda, a "preocupação" com determinadas exportações brasileiras para o mercado local – reclamação que já era esperada e havia sido anunciada em outubro por autoridades do país.
"Apesar de se tratar de casos isolados, o governo (brasileiro) se comprometeu em estudar a situação nos setores de metal mecânico, autopeças e outras mercadorias industriais", afirma o comunicado.

Atuações do BC no câmbio somam US$ 46 bi, diz Meirelles

Rodrigo Postigo
18/11/2008
As atuações do Banco Central (BC) no mercado de câmbio somaram US$ 46 bilhões entre meados de setembro até a última sexta-feira, informou nesta segunda-feira o presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles.
Ao discursar em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Meirelles disse ainda que as últimas reuniões mostram que o G20 ganhou nova importância.
"Há uma sinalização de que o G20 está se tornando talvez o mais importante órgão para discutir essas questões (financeiras globais), e suprir uma parte do G7, tendendo a ocupar no longo prazo esse lugar porque os emergentes ocupam uma parcela maior da economia (global)", afirmou.
Sobre as atuações no mercado de câmbio, o presidente do BC informou que foram US$ 30 bilhões em contratos de swap cambial, US$ 6,1 bilhões em vendas à vista (com impacto nas reservas internacionais do País), US$ 4,1 bilhões em leilões destinados a exportadores e US$ 5,8 bilhões em vendas com compromisso de recompra.

Brazil Says Ethanol Production Won't Harm Amazon

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: November 17, 2008
Filed at 2:55 p.m. ET
SAO PAULO, Brazil (AP) -- Expansion of vast sugarcane plantations across Brazil to meet growing worldwide demand for ethanol won't harm the Amazon, a top Brazilian official said Monday.
Speaking at the start of a five-day international conference on biofuels, presidential chief of staff Dilma Rousseff said Brazil will soon unveil an agricultural zoning plan to specify where crops across Latin America's largest nation can be grown for fuel and food.
The Amazon and several other regions known for their wide range of plant and animal species are likely to be declared off limits. But Brazil will encourage expanded ethanol production elsewhere and in poor nations around the world that have temperate climates suitable for sugarcane.
''It's a socio-economic reality,'' Rousseff said. ''It generates jobs and income, mainly in tropical countries.''
Rousseff also said expansion of ethanol won't compete with production of food in Brazil, and that there's also room for other crops ranging from soy to corn.
Though sugarcane now carpets 4.2 million hectares (10.4 million acres) of Brazilian land, she said that is less than 1 percent of the nation's territory and that there's plenty of land available outside ecologically sensitive areas for more cane.
Rousseff said Brazil must strike down the ''myth that cane fields are invading the Amazon,'' but critics say sugarcane-ethanol plantations already operate in the Amazon, and that some plan to expand. They also say that conversion of pastureland and soy fields to sugarcane is pushing out soy farmers and cattle ranchers who then set up shop again on freshly deforested jungle.
Rousseff also said Brazil's government is ready to help big ethanol producers suffering from lack of credit because of the worldwide financial crisis.
Ethanol producers were among those eligible when the government recently announced billions of dollars in emergency lines of credit for Brazilian companies caught up in the credit crunch.
''More will be freed up if it's needed, but up until now that doesn't seem to be the case,'' she told reporters.
Foreign investors pumped billions of dollars into Brazilian ethanol operations over the last several years, but new investment all but dried up as the financial crisis spread across the world in October.
The sector took a hit last week when a major producer revealed that it had asked a court for protection from creditors while it restructures $100 million in debt.
Companhia Albertina said it will continue operating.
It appeared to be the first sign of major trouble for an ethanol producer since the credit crisis hit.
The international financial crisis could end up expanding production of biofuels, Rousseff predicted, if governments mulling big spending programs to jump start economies decide to focus on ethanol and other gasoline alternatives.
''The crisis may allow anti-cyclical policies that favor a a green agenda with biofuel as a priority,'' she said.
Brazil is the second only to the United States as an ethanol producer, and it is the planet's top exporter. Sugarcane-based ethanol is cheaper to produce than the corn-based ethanol made in the U.S.
Former Brazilian Agriculture Minister Roberto Rodrigues said last week that Brazilian ethanol will remain competitive with gasoline as long as oil is being sold for $40 or more per barrel. He said corn-based ethanol is competitive with oil at $50 or more a barrel.
Oil prices stood just above $58 per barrel Monday, down from a high of $147 in June.

Brazil ethanol equipment makers ask for govt help

Mon Nov 17, 2008 5:22pm EST
By Inae Riveras
SAO PAULO (Reuters) - Brazil's equipment suppliers for the ethanol and sugar industry have asked the government for financial help as the credit crunch hit mills' investment plans and operations, a leading company said on Monday.
About 20 percent of mill expansions or greenfield projects already underway were being delayed, and 35 percent of mills that were expected to come online in 2011-2012 were halted, according to Dedini, Brazil's largest manufacturer of biofuel equipment.
"The suspension or delay in projects is affecting us deeply," said Dedini's operations vice-president, Antonio Carlos Christiano.
Investments in Brazil's sugar and ethanol sector were estimated at $33 billion from 2005 through 2012 by a range of investors including private funds, trading houses, oil and chemical companies. This year, 27 mills became operational out of the 80 mills planned through 2012.
Christiano said there were cases of mills defaulting.
"Some companies are having problems to honor their payments and this reduces our working capital. This is a problem especially considering that sometimes we also have to pay equipment suppliers," Christiano said.
Brazil's cane ethanol sector boomed in recent years due to growing local demand and prospect of rising exports.
But the sugar and ethanol industry itself has recently held talks with the federal government for credit. It has been strongly hit by the global financial turmoil, which dried up finance lines and made the existing ones more expensive.
The industry is a capital-intensive one and has leveraged considerably in recent years as companies invested to expand cane planting and the sector's crushing capacity. It also faced low sugar and ethanol prices for the last couple of years.
One of the proposals being discussed between equipment makers and officials is that resources already approved by the Brazilian Development Bank (BNDES) to be released directly to equipment suppliers -- not to mills as it normally happens.
Ministers attending the first day of the state-sponsored International Conference on Biofuels in Sao Paulo did not comment on the possibility of measures for the sugar and ethanol sector.
Brazil's Energy Minister Edison Lobao, however, said the government "is alert to the sector's interests."
Mills are in search of credit mainly to finance ethanol stocks during inter-harvest (January-March) and to export sugar.
There are still about 7 to 8 million tonnes of sugar to be shipped in the coming months until the beginning of the next crop, in April 2009, and companies rely largely on banks' and trading houses' credit lines to export.
At least one company went bankrupt in recent weeks.
Credit constraints resulting from the global financial crisis are also expected to boost mergers and acquisitions in the sector.
"The 200 existing groups today will be reduced by half in 10 to 20 years. This is not a short term prospect but the crisis will speed up this movement," said the head of the Sugar Cane Industry Association (Unica), Marcos Jank.
(Editing by Marguerita Choy)