quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Riscos que não corremos, resultados que não atingimos

Ivan Postigo

Nossa mente é impressionante, uma palavra, uma imagem, nos remete a análise de situações que sequer estamos levando em consideração em determinados momentos. Por essa razão a melhor forma de “turbinarmos” nossa criatividade e melhoramos nossos resultados é nos colocarmos em movimento.
Há momentos em que mesmo nos dedicando a encontrar a solução para um problema nos sentimos presos num labirinto. Pare! É hora se sair, conversar, olhar a questão sob um novo ângulo.
Dia desses convidei meu filho para acamparmos, enquanto ele ria e me dizia que achava que estava numa nova fase, do conforto, frigobar e dos lençóis limpos, um filme passava pela minha cabeça.
“Via e ouvia”, nitidamente, seus amigos chegando a nossa casa dizendo que haviam passado nos vestibulares, em locais que não imaginavam um dia conseguir aprovação.
A frase era sempre a mesma: “Nossa, nunca imaginei conseguir! “.

Uma verdade para o lado consciente, uma inverdade para o inconsciente.
A voz interior, aquela que muitos de nós cada vez mais deixamos de ouvir, dizia a eles para estudarem, fazerem as inscrições para os vestibulares, realizarem as provas e irem ver os resultados, enquanto a outra voz dizia, tudo bem, mas não vai dar certo!
Quando eu lhes perguntava: “Você nunca acreditou nisso, então porque fez a inscrição e as provas? “.
Acredite, a resposta sempre era: “Ah, lá no fundo eu tinha uma pequena esperança!”.
Na vida tudo é assim, temos que nos preparar, mas principalmente dar ouvidos à voz interior e uma chance àquela pequena esperança.
O tempo passa, nos formamos, nos tornamos profissionais e cada vez ouvimos menos a voz interior.
Isso me remeteu a uma outra questão, a dos resultados de muitas empresas e como são administrados.
O mês de janeiro não lhes trouxe uma contribuição satisfatória, fevereiro praticamente se encerra sem nenhuma mudança no panorama, e pior, não conseguem prever o que vai acontecer daqui para frente.
Uma correção! Conseguem sim prever, não se arriscam a colocar no papel e enfrentar a questão.
Empresas com essa configuração são dependentes de uma melhoria substancial no mercado, a voz interior já está lhes dizendo que nesse ritmo os resultados serão os mesmos, há necessidade de ação.
O planejamento de muitas dessas empresas são cópias fiéis do cenário desenhado no ano que se encerrou, apesar de não tê-los atingido.
Um plano partindo da base zero, estabelecendo novas metas e compromissos, traz um enorme risco.
No mundo dos negócios duas coisas são constantes: Mudanças e riscos. Resultados diferentes jamais serão conseguidos com as mesmas atitudes.
Imagine o atleta que treina para uma olimpíada. Ele terá aquele chance , só aquela.
Alguns esportes são coletivos, mas o que dizer dos individuais?
Nos negócios, como no esporte, as regra são: Aprenda, treine com os melhores, estabeleça suas metas, se comprometa , vá lá e traga o resultado.
Considere que você como gestor é um atleta olímpico e terá pela frente seus concorrentes como competidores, que medalha acredita que conseguirá este ano?
Você já conhece as regras, está procurando aprender, tem estudado as questões que dificultam sua empresa de obter melhores resultados, tem procurado os melhores colaboradores, já estabeleceu suas metas, está comprometido?
Ótimo, agora ação, sem correr os riscos não obterá os resultados, corra, salte, nade, faça o que o seu esporte determina, mas se arrisque a conseguir uma medalha!


Ivan Postigo
Economista , Bacharel em contabilidade , pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
ipostigo@terra.com.br

Mesmo sem CPMF, arrecadação bate novo recorde em janeiro

Rodrigo Postigo

27/02/2008

O governo federal arrecadou R$ 62,596 bilhões em impostos e contribuições em janeiro, primeiro mês após a derrubada da CPMF pelo Congresso. A cifra é recorde para meses de janeiro.

O crescimento foi de 20% em termos reais frente a igual período de 2007. Frente a dezembro, no entanto, houve queda de 5,14%.

Os dados, divulgados pela Receita Federal do Brasil, hoje, são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Créditos estão mais caros devido a IOF, consignado e crise

Rodrigo Postigo

27/02/2008

Em nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) atribuiu o aumento nas taxas de juros para empréstimos, ocorrida em janeiro, ao aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), à suspensão da concessão de crédito consignado durante alguns dias no início do mês e à volatilidade dos mercados externos durante a crise americana.

Segundo a nota, assinada por três economistas da entidade, apesar de aumentar em janeiro, o custo dos empréstimos ainda tem redução de 2,6 pontos percentuais nos últimos doze meses.

A Febraban atribui o aumento de janeiro ao reajuste de 100% na alíquota do IOF, que passou de 0,0041% para 0,0082% ao dia e ainda sofreu acréscimo de 0,38 ponto percentual ao mês, para compensar a perda de arrecadação com a CPMF.

No caso do crédito consignado, a suspensão entre 2 e 7 de janeiro fez com que esse tipo de empréstimo, que tem taxas de juros menores, fosse suspenso, o que elevou a taxa média para a pessoa física, informou a entidade.

Já o acirramento da crise nos Estados Unidos "trouxe mais volatilidade aos mercados financeiros" e contribuiu, segundo a Febraban, para encarecer a captação de recursos por parte dos bancos.

Ajuste fácil ao fim da CPMF viabiliza corte de impostos

Valor Econômico

27/02/2008

O ajuste fiscal feito em nome do fim da CPMF foi praticamente indolor. Não houve cortes nas emendas dos parlamentares ao Orçamento Geral da União, que somam R$ 15,3 bilhões. Praticamente todos os reajustes salariais do funcionalismo, objetos de acordo no ano passado, foram respeitados e serão implementados (só não serão retroativos a 2007).

As despesas de custeio, que aparentemente foram reduzidas em R$ 6,8 bilhões, na realidade, comparadas ao projeto de lei orçamentário enviado pelo governo, em agosto de 2007, ao Congresso, cresceram de R$ 465,7 bilhões para R$ 468,93 bilhões.

Dos três grupos de despesa atingidos pelo “corte” de R$ 12,22 bilhões, só o feito com pessoal é que resulta em redução, ainda que temporária do gasto. Os reajustes salariais embutidos no relatório final vão representar um aumento de R$ 7,59 bilhões na folha de pessoal de 2009 em diante, valor igual ao da proposta original, que era de R$ 7,73 bilhões. A retroatividade dos reajustes salariais a 2007 é que foi cancelada. Os investimentos tiveram corte de R$ 1,97 bilhão, mas esse também foi em relação ao valor que já inclui as emendas parlamentares. Comparados ao projeto de lei original, os investimentos aumentaram de R$ 28,79 bilhões para R$ 37,31 bilhões.

Quando o governo perdeu quase R$ 40 bilhões de receita da CPMF, no final do ano passado, os ministros da área econômica anunciaram como inexorável um ajuste fiscal desse mesmo valor, sendo R$ 20 bilhões de aumento das receitas e R$ 20 bilhões de corte nas despesas. De imediato, decidiram por uma elevação das alíquotas do IOF e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para 2008, para gerar R$ 10 bilhões a mais de arrecadação.

O Congresso, porém, foi mais otimista do que o governo no cálculo das receitas. Considerando a perda da CPMF e o aumento de tributos, a receita primária bruta do orçamento será R$ 4,1 bilhões superior à prevista no projeto original do Executivo, chegando a R$ 686,82 bilhões. Ainda assim, o governo encontra espaço para desonerar a folha de salários das empresas e reduzir a tributação do Imposto de Renda sobre a classe média.

Bovespa Mais abre as portas para mais empresas entrarem no mercado acionário

Captar recursos por meio da bolsa de valores agora também é possível para empresas que desejam crescer, mas com ofertas menores de ações, respeitando as boas práticas de governança corporativa

Rodrigo Postigo

27/02/2008

Captar recursos por meio da bolsa de valores agora também é possível para empresas que desejam crescer, mas com ofertas menores de ações, respeitando as boas práticas de governança corporativa. Inaugurado semana passada, o Bovespa Mais exige que as empresas nele listadas assumam o compromisso de garantir direitos e informações a seus investidores, da mesma forma como também exige o Novo Mercado. Ao considerar que um dos objetivos do Bovespa Mais é permitir a um número maior de empresas o acesso ao mercado acionário e que ele vem sendo bem recebido pelo mercado, vale aplaudir a chegada de mais este espaço de defesa da governança.

As empresas candidatas ao Bovespa Mais são aquelas que desejam ingressar no mercado de capitais de forma gradativa, ou seja, que acreditam na ampliação gradual da base acionária como o caminho mais adequado à sua realidade, destacando-se as de pequeno e médio porte que buscam crescer utilizando o mercado acionário como uma importante fonte de recursos.

Empresas que sejam particularmente atrativas aos investidores que buscam investimentos de médio e longo prazo e cuja preocupação com o retorno potencial sobrepõe-se à necessidade de liquidez imediata.Os investidores encontrarão companhias com firme propósito e compromisso de se desenvolver no mercado, o que é refletido na adoção de elevados padrões de governança corporativa; na busca da liquidez das suas ações; e na postura pró-ativa para conquista de investidores.

UPDATE 2-Brazil posts current account deficit again in Jan

Mon Feb 25, 2008 9:51am EST
(Recasts, adds details on trade, remittances)
BRASILIA, Feb 25 (Reuters) - Brazil posted a current account deficit in January for the third month in a row as foreign companies repatriated more dividends and profits overseas and a weak U.S. dollar led to a surge in imports, central bank data showed on Monday.
The current account balance, the broadest measure of a country's foreign transactions, was in deficit by $4.232 billion in January. That compared with a surplus of $286 million in January 2007 and a deficit of $699 million in December.
The country was expected to post a deficit of $2.6 billion in January, according to the median forecast of 15 analysts surveyed by Reuters. The forecasts ranged from a deficit of $3.5 billion to a deficit of $300 million.
The current account balance tracks a country's net flow of external transactions, including foreign trade, interest payments and services such as tourism. It is used to gauge a country's dependence on foreign capital.
In the 12 months through January, Brazil posted a current account deficit equal to 0.09 percent of gross domestic product compared with a surplus equal to 0.26 percent of GDP in the 12 months through December.
A local currency that is strengthening against the U.S. dollar has helped trigger a surge in imports over the last year, putting pressure on the current account. Corporate remittances are also on the rise as foreign companies send more profits and dividends overseas.
As a result, the central bank expects another current account deficit in February, totaling $1.7 billion.
The trade surplus narrowed to $944 million in January from $2.52 billion in the same month a year ago. Imports surged to $12.33 billion last month from $8.47 billion a year earlier while exports grew to $13.28 billion from $10.98 billion.
Corporate remittances soared 125.6 percent in January from the previous year, to $4.3 billion. The central bank said last month it expects remittances to total $20 billion this year.
Foreign direct investment in Brazil, Latin America's largest economy, rose in January to $4.814 billion from $2.422 billion in the same month in 2007. The central bank expects such investments to fall to $200 million in February.
Brazil's foreign currency assets surpassed liabilities for the first time ever in January, meaning the country became a net foreign creditor, the central bank said last week.
Brazil's current account surplus narrowed sharply last year and is expected to fall into deficit on an annual basis in 2008 for the first time since 2002.
(For central bank details on Brazil's current account figures for January, see: here) (Reporting by Isabel Versiani; Writing by Todd Benson; Editing by Chizu Nomiyama)

Brazil currency strongest since 1999; stocks firm

Tue Feb 26, 2008 4:55pm EST
(Updates to close)
SAO PAULO, Feb 26 (Reuters) - Brazil's currency rose on Tuesday to its strongest level since May 1999 on inflows from investors seeking high returns from the country's domestic interest rate, while stocks firmed as shares of banks gained.
The real BRBY surged more than 1 percent to 1.684 per U.S. dollar -- the first time it has closed stronger than 1.7 to the greenback since May 1999, only months after the government devalued the currency and let it float freely.
The real has already rallied 5.5 percent this year, adding to its 20-percent gain in 2007.
Brazil's benchmark lending rate of 11.25 percent is among the highest in the world, luring funds from countries such as Japan, where borrowing costs are much lower.
"Everyone is coming here" because of the high rates, said Julio Cesar Vogeler, a currency trader at the Didier Levy brokerage. "There is a lot of confidence in the Brazilian economy."
Foreign investors have been pouring cash into Brazil over the past few years, attracted by high-yielding government bonds and high interest rates. Surging commodities prices have also lifted export revenue coming into the country, further bolstering the real.
The Bovespa index .BVSP of the Sao Paulo Stock Exchange rose 0.28 percent to 65,182.61 points, led higher by shares of Bradesco and Itau, Brazil's two biggest private sector banks.
Bradesco (BBDC4.SA: Quote, Profile, Research) rose 3.92 percent to 53.25 reais, while Itau (ITAU4.SA: Quote, Profile, Research) gained 2.83 percent to 44.01 reais as expectations that U.S. financial firms may avoid further credit market losses helped fuel demand for banking stocks globally.
Banco do Brasil (BBAS3.SA: Quote, Profile, Research) shares tumbled nearly 5 percent to 28.51 reais after it posted a 16 percent drop in full-year net profit for 2007 due to a large one-time charge and rising costs.
Interest-rate futures <0#dij:> on the BM&F commodities and futures exchange in Sao Paulo edged higher after official data showed that Brazil's benchmark inflation index rose more than expected in the month through mid-February. (Reporting by Elzio Barreto and Silvio Cascione)

Brazil Federal Tax Revenue Soars 26% From Year Ago (Update2)

By Andre Soliani
Feb. 26 (Bloomberg) -- Brazil's federal revenue surged 26 percent in January as faster economic growth boosted collections, allaying concern that last year's lapse of a financial transactions tax would lead to a shortfall.
The government took in 62.6 billion reais ($37.2 billion) compared with 49.9 billion reais in the same month a year earlier, the federal tax agency said in a report distributed today in Brasilia. The expired financial transactions levy produced 2.9 billion reais in January 2007.
Tax revenue is soaring as Latin America's biggest economy expands at the fastest pace in more than three years, fueling a jump consumer spending and record company profits, said Alex Agostini, chief economist at Sao Paulo-based Austin Rating Servicos Financeiros.
President Luiz Inacio Lula da Silva's congressional failed to get congress to renew the 0.38 percent tax on financial transactions before it expired in December. Opposition lawmakers said the demise of the tax would force the government to cut spending and help avoid yet another increase in the tax burden.
To make up for part of an anticipated 40 billion-reais budget gap, President Luiz Inacio Lula da Silva raised other levies expected to generate 10 billion reais in 2008.
Simpler Taxes
Brazil's business leaders view taxes as the major obstacle for companies seeking to expand, according to a survey by the national industrial association, published in October. The tax burden reached a record high 34.2 percent of gross domestic product in 2006, according to figures by the tax collection agency.
The government will send Congress a tax reform proposal on Feb. 28 that aims to cut taxes for investments and exports, Finance Minister Guido Mantega said last week. The proposal also plans to simplify the country's tax system by unifying various federal levies into one.
Mantega told reporters in Brasilia today the tax reform, once approved, could increase collection by spurring economic growth and reducing evasion. He said the reform's goal will be to reduce payroll taxes as well.

'FT': biocombustíveis ameaçam progresso no combate à fome

BBC Brasil

27/02/2008

O jornal britânico Financial Times adverte em editorial publicado nesta terça-feira que o progresso alcançado entre 1990 e 2005 no combate à fome, principalmente entre as crianças, está ameaçado pela alta do preço dos alimentos, impulsionada, entre outros fatores, pelos subsídios pagos à produção de biocombustível.

Segundo o FT, o preço de commodities como trigo, soja e milho duplicaram, ou até triplicaram nos últimos anos. "O resultado é pobreza - para milhões, a duplicação do preço significa escassez - e o aumento da desnutrição."

"Enquanto os recentes aumentos de preços dificilmente serão permanentes, os produtores deveriam parar de gastar alimentos subsidiando biocombustíveis e dar ao Fundo para Alimentação da ONU (FAO) os recursos que ele necessita para distribuir calorias para aqueles que não podem lidar com o problema sozinhos."

O FT afirma que muitos dos fatores que provocaram a alta dos alimentos são temporários, "mas a maior mudança estrutural são os biocombustíveis. No espaço de alguns anos, os Estados Unidos destinaram cerca de 40 mil toneladas de milho para a produção de bioetanol - cerca de 4% da produção global de grãos. Este rápido crescimento é em grande parte resultado dos subsídios - que têm que ser cortados".

"Os benefícios ambientais do bioetanol de milho são ambíguos, na melhor das hipóteses, e não deveriam ser favorecidos em detrimento da plantação de milho para fins alimentares."

'The Guardian

'O jornal britânico The Guardian também comenta o aumento dos preços em editorial nesta terça-feira, afirmando que alta do trigo anunciada na segunda-feira normalmente passaria despercebida, mas "ela é apenas o mais recente sinal de que a longa era de comida barata finalmente acabou. O fim chega ao final de um mês em que as implicações começam a ser sentidas em todo o mundo".

O Guardian comenta o pedido da FAO, que, segundo o jornal, precisa urgentemente arrecadar novos fundos para continuar distribuindo ajuda.

"Os efeitos da alta no preço de alimentos são ainda mais sérios porque é algo com que o mundo se desacostumou. Por um quarto de século, depois de meados dos anos 70, novas tecnologias e o livre comércio se combinaram para tornar os alimentos quase que continuamente mais baratos."
O jornal afirma que o preço do trigo caiu mais de 80% entre 1973 e 2000, levando-se em conta a inflação, e agora está mais do que o dobro do preço de alguns anos atrás.

"Se a tendência continuar, o pão e manteiga da política mundial poderá virar pão e manteiga de verdade, mais uma vez. É nos países pobres, no entanto, que os efeitos são mais graves: o custo da comida, pode ser frequentemente contado em vidas humanas."

O editorial também afirma que os subsídios aos biocombustíveis, "particularmente nos Estados Unidos", estão causando distorções no mercado global de alimentos.

Reforma terá impacto neutro na carga tributária, diz Jucá

Líder explica que a redução da carga será apresentada separadamente e tramitará em paralelo à reforma

Agência Estado / Adriana Fernandes

27/02/2008

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta terça-feira, 26, que a proposta de emenda constitucional de reforma tributária terá um impacto neutro na carga tributária. A redução da carga, segundo ele, se dará por meio de projetos apresentados separadamente e que devem tramitar em paralelo à proposta de reforma tributária. Entre esses projetos, estão a proposta de desoneração da folha de pagamentos das empresas.

O líder do governo disse ainda que o governo não tem ainda o desenho final do dispositivo que será incluído na proposta de reforma tributária para impedir o aumento da carga do Imposto de Valor Agregado (IVA) federal - tributo que será criado com a unificação do PIS, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e salário educação. Segundo ele, será definido um limite que não poderá ser ultrapassado.

Jucá informou que a proposta de desoneração da contribuição previdenciária paga pelas empresas para os seus trabalhadores será enviada ao Congresso por meio de um projeto de lei. Após se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, Jucá defendeu a desoneração e afirmou que é possível buscar outras fontes de receitas para compensar a perda de arrecadação da previdência com a desoneração da folha de pagamento das empresas.

O ministro explicou que o governo está fazendo as contas, mas por enquanto não há decisão se haverá criação de uma compensação para essa desoneração. Ele explicou que a desoneração não é matéria constitucional e, portanto, não estará incluída na emenda constitucional que o governo encaminhará ao Congresso esta semana. Segundo o líder, o projeto deverá ter tramitação paralela à reforma tributária, mas não necessariamente será enviado junto com a ela esta semana.

Entenda a reforma tributária

O governo encaminha na quinta-feira ao Congresso o projeto de reforma tributária, que pretende desonerar as empresas e acabar com a guerra fiscal entre os Estados.

O projeto de reforma tem como principal destaque a desoneração da folha de pagamento, com a suspensão da cobrança do salário-educação, pago atualmente por todas as empresas, com alíquota de 2,5% sobre o valor da folha de salários.

Jucá, no entanto, afirmou que a desoneração seguirá em projeto paralelo ao da reforma, assim como a redução gradativa a contribuição das empresas ao INSS. Atualmente, os empregadores pagam alíquota de 20% sobre a folha. A área técnica do governo trabalha com a alternativa de reduzir essa alíquota em cinco pontos porcentuais.

Outro ponto da reforma é a criação do Imposto de Valor Agregado (IVA) federal, que reunirá o Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre combustíveis.

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não fará parte do novo IVA federal porque é utilizado pelo governo em sua política industrial, na concessão de incentivos fiscais.

O Imposto sobre Serviços (ISS) não fará mais parte do novo IVA estadual, como era a idéia anterior do governo. Assim, a proposta do governo para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é a mesma que está parada na Câmara. Ela prevê a unificação das alíquotas e da legislação do ICMS, que passará a ser cobrado na origem. O prazo de transição vai até 2016.