quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Mudanças nas regras contábeis chegam primeiro ao setor financeiro

DCI
09/10/2008
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou mudanças contábeis para as instituições financeiras. A norma faz parte do processo de convergência das nossas normas contábeis às regras internacionais, os IFRS. As mudanças, que começam a valer a partir de janeiro de 2009, fazem parte da Lei 11.638 que foi aprovada em dezembro de 2007 e prevê padrão para a contabilidade.
De acordo com Pierre Moreau, do escritório Moreau Advogados, especialista em aquisições, "os bancos poderão ser comparados entre si. O impacto principal será em quem concede crédito. Outra mudança é que a norma cria maior transparência do sistema e permite comparar itens como ativos imobilizados e diferidos, como equivalência patrimonial das empresas e nas operações de fusão e cisão. A lei restringiu o que pode ser diferido".
ESPECIFICAÇÕES
Uma das especificações que mudou para os bancos foi que a partir de 2009, as empresas coligadas terão de reconhecer os ativos no balanço. Um exemplo seria o grupo Itaú, com várias empresas coligadas. A empresa que tiver 20% do capital votante ou tiver influencia na administração, tem que ser reconhecido pela empresa controladora na montagem do balanço. Outra mudança é o registro de ativos e passivos, que antes era pelo valor histórico e hoje tem que ser contabilizada como valor de mercado.
As medidas valem para o ano que vem, mas algumas empresas fazem o balanço de partida neste ano, com ano-base 2008. de acordo com o professor da USP Eliseu Martins, "a Lei 11.638/07 faz a desvinculação das demonstrações financeiras das tributárias e agora a contabilidade passa a ter fins mercantis e fins contábeis, o que exige uma mudança de comportamento e de postura". Para o advogado Moreau, a contabilidade passou de regras obsoletas para um novo marco regulatório.

Mercado móvel crescerá menos em 2009

Reuters
09/10/2008
O mercado global de celulares vai crescer menos do que o esperado no próximo ano, porque os consumidores tendem a cortar gastos com dispositivos eletrônicos devido à instabilidade econômica, concluíram analistas.
Enquanto executivos da indústria afirmam que os celulares são o último serviço deixado de lado pelos consumidores para economizar dinheiro, analistas estão alertando para ciclos de reposição mais lentos e enfraquecimento de economias do mundo todo, que resultarão em vendas mais modestas em relação às previsões anteriores.
O analista da UBS, Maynard Um, reduziu sua expectativa de crescimento das vendas de handsets em 2009 de 6% para 3%, citando especificamente a desaceleração dos mercados norte-americano e europeu.
Segundo Um, a OBS alterou sua previsão de aumento global das vendas de produtos domésticos em 2009 de 2,8% para 2,2%, por causa da nova expectativa para o mercado de handsets.
Ehud Gelblum, analista do JPMorgan, foi mais otimista, mas mesmo assim reduziu sua previsão para o crescimento do mercado de handsets em 2009 de 8,1% para 6,1%.
De acordo com Gelblum, os consumidores estarão mais relutantes para trocar os celulares e até a China – um dos mercados móveis que crescem mais rápido – terá um aumento das vendas moderado.
No mês passado, a Nokia, principal fabricante de handsets, avisou que o mercado móvel seria prejudicado pela frágil confiança dos consumidores na economia e que ela mesma poderia registrar menor participação no quatro trimestre.

Brasil deve sair 'relativamente ileso' de crise, afirma FT

BBC Brasil
09/10/2008
Apesar de uma semana marcada pela desvalorização do real em relação ao dólar e por quedas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), "muitos economistas ainda acreditam que o Brasil vá sair relativamente ileso da crise financeira global", segundo o Financial Times.
O site do jornal traz, nesta quinta-feira, uma reportagem sobre os leilões realizados pelo Banco Central (BC) na quarta-feira para conter a desvalorização do real em meio ao que o Financial Times chama de "a onda mais forte de venda provocada por pânico em décadas" no Brasil.
Segundo o jornal, até esta semana, grande parte da queda nos ativos brasileiros vinha sendo causada pela retirada de dinheiro do Brasil por investidores estrangeiros tentando cobrir perdas em outros mercados, mas, nos últimos dias, os investidores locais também se juntaram ao "êxodo".
O Financial Times diz, no entanto, que os bancos brasileiros não estão tão vulneráveis quanto os americanos ou europeus.
"O setor bancário (do Brasil) passou por uma reestruturação promovida pelo governo nos anos 1990 e têm pouco da exposição a ativos de risco afetando os bancos americanos e europeus", diz o Financial Times, acrescentando que apenas cerca de 10% do crédito bancário no país é levantado fora do Brasil.

BC libera R$ 23 bilhões em meio a crise econômica

Agência Estado
09/10/2008
O Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 8, a flexibilização do recolhimento de depósitos compulsórios, o que deve promover uma injeção de recursos no mercado de R$ 23,2 bilhões. Depósito compulsório é a parcela de recursos que os bancos recolhem diariamente ao BC. Em situações de crédito escasso, como o atual, o BC reduz esta parcela, o que aumenta o dinheiro disponível para que os bancos emprestem.
A primeira medida aumenta de R$ 300 milhões para R$ 700 milhões a dedução prevista para o recolhimento compulsório de depósitos a prazo feito por meio de títulos públicos (aplicações). A medida injeta a partir do dia 13 de outubro R$ 6,3 bilhões na economia.
A segunda medida reduz de 8% para 5% o recolhimento adicional de compulsórios sobre os depósitos à vista e a prazo feitos em espécie remunerados pela taxa básica de juros (Selic). A medida vai injetar a partir do dia 10 R$ 16,9 bilhões. O objetivo, segundo o Banco Central, é prover liquidez ao sistema financeiro. O BC informa ainda que não foi alterado o recolhimento compulsório adicional da poupança, que continua em 10%.
No dia 1º de outubro, o BC havia decidido que os bancos que adquirissem carteiras de crédito de outras instituições teriam redução do depósito compulsório. A medida libera até R$ 23,5 bilhões para o mercado. O economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, informou nesta quarta, à Agência Estado que as informações que a entidade dispõe são de que os bancos privados já estão adquirindo carteiras de crédito de outros bancos para ter parte do compulsório liberado.

Argentina pede reunião urgente do Mercosul sobre crise

EFE
09/10/2008
O chanceler argentino, Jorge Taiana, começou a trabalhar hoje para que se convoque "urgentemente" uma reunião do Mercosul para analisar a crise financeira global e coordenar posições, informaram hoje à Agência Efe fontes oficiais.
"Taiana iniciou gestões solicitando que se convoque o mais rápido possível uma reunião extraordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul", informaram fontes da Chancelaria argentina.
O CMC é integrado pelos chanceleres e ministros da Economia do bloco integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e que tem a Venezuela em processo de adesão.
"O objetivo é que os ministros analisem o impacto da crise global e coordenem posições comuns", assinalaram as fontes.
O Mercosul, que tem o Brasil exercendo a Presidência temporária, terá sua cúpula semestral em dezembro, e por isso Taiana procura convocar uma reunião ministerial "urgentemente" para fazer frente ao temor econômico internacional.

Apenas combinação de boas notícias pode trazer alívio

Invertia / Denise Campos de Toledo
09/10/2008

Ninguém pode reclamar que os governos e bancos centrais não estejam agindo - e agora de forma coordenada. São pacotes de socorro financeiro, injeções maciças de recursos, a redução conjunta dos juros. Até o Banco Central aqui voltou a vender dólares, após vários anos agindo no sentido inverso, com a compra constante da moeda. E a mudança de postura do governo brasileiro, que antes falava em "marolas" da crise, foi além. O ministro Guido Mantega, da Fazenda, convocou o G20 para uma reunião.
Mas, apesar de ter recebido bem as novas iniciativas, o mercado continua como uma gangorra em meio à forte crise de confiança, que só piora a situação econômica: o dinheiro não flui, o crédito continua travado. Até no Brasil já se percebe mais restrições na concessão de recursos por cautela - temor do impacto da crise sobre a atividade em geral e a demanda.
Empresas, projetos, consumidores, o comércio já enfrentam mais dificuldades para conseguir dinheiro. Os bancos querem maiores garantias. No exterior, a situação é bem mais grave, porque é lá que está o olho do furacão.
Em determinados momentos, o movimento do mercado lá fora beira a um colapso financeiro. O corte dos juros tinha como objetivo melhorar a confiança, mais do que estimular as economias. Mas a encrenca é muito grande. Se fala em perdas de cerca de US$ 1 trilhão. Só uma combinação de notícias melhores é que pode trazer alívio mesmo, pelo menos, do lado da confiança, porque a crise econômica, certamente, vai se arrastar por um bom tempo. E tende a se aprofundar.

IFRS 'clock is ticking', warns Herz

Regulator warns credit crisis could delay US' embrace of IFRS
Written by David Jetuah
Accountancy Age, 09 Oct 2008
Bob Herz, the head of the US Financial Accounting Standards Board, has warned that IFRS could be delayed by the problems in financial markets.
‘The clock is ticking,’ Herz told delegates at PwC’s Meet The Experts summit this week.
Last month, the SEC announced that it was fine-tuning an IFRS roadmap before rolling it out to US companies for comment, but the moves have been affected by the global crisis in the financial markets.
‘Events in the credit markets have probably led to delays in publishing of the roadmap for consultation. It may be for the next administration to deal with,’ Herz said.
Herz countered suggestions that the economic crisis had damaged the prospects for IFRS in the US: ‘I would personally hope that it reinforces the idea that global problems need global solutions.’
Even though efforts are being made to get IFRS adoption under way proper, Herz added that the SEC dropping its requirement for foreign issuers to reconcile their accounts to US GAAP had been unexpected.
‘It came to the surprise of some,’ said Herz. ‘They did it a little bit earlier than they might have.’

Trade finance booms amid global crisis

Thu Oct 9, 2008 6:16am EDT
By Jonathan Lynn
GENEVA (Reuters) - Business is booming in the trade finance market as exporters and importers return to a tried and tested form of credit amid the chaos of the financial crisis, bankers in the sector say.
Demand for trade finance -- a traditional form of banking dating back to the Middle Ages -- is so strong that some houses say they are turning away business for lack of capacity.
But if volumes are up, so is the price, with deals currently offered at 300 basis points over interbank refinancing rates, three times or more the going rate a year ago.
And that is now making it hard for developing countries to finance their exports, with Brazil sounding the alarm. Some bankers also fear the high prices could eventually see new business dry up.
"This has been a phenomenal year for trade finance," said John MacNamara, Managing Director, Structured Commodity Trade Finance, for Deutsche Bank in Amsterdam.
"They've been going on apace, if anything with far better quality counterparties, if only because they couldn't go to other sources," he told Reuters.
For instance in 2007 Deutsche acted as agent on $2 billion of pre-export finance and borrowing base deals. So far this year the figure is $16 billion.
And some of those deals are very big. Deutsche has recently been involved in several over $1 billion, including three with large Russian corporate in the metals and oil sectors that were bigger than $3 billion.
SIMPLE AND TRANSPARENT
Trade finance is the easiest, cheapest and most collateralized form of credit, industry experts say.
In recent years customers were lured away by investment banks and corporate finance departments offering sophisticated products, but now they are flooding back attracted by the simplicity and transparency of trade finance.
International trade amounts to about $14 trillion, World Trade Organization figures show, and 90 percent of these transactions involve credit.
Trade finance takes various forms. An importer's bank can issue a letter of credit to an exporter, which it pays when it receives documents confirming the goods have been shipped.
In another variant an exporter sells its receivables -- or future payments from an importer -- at a discount to a trade house known as a forfaiter.
There is also a secondary market in trade finance instruments but activity there is subdued in the general nervousness around the crisis, bankers say.
Around 60 percent of trade finance is handled by private lenders, ranging from niche boutiques to major banks. These are typically short-term transactions of less than a year, but increasingly these players are lending for five years or more.
Export credit agencies, who concentrate on this longer-term business and are often state-run, handle about 30 percent, and the rest is handled by regional development banks.
"In difficult times, trade finance shows itself to be a tried and tested method of financing," said Kimberly Wiehl, secretary-general of the Berne Union, which groups state and private-sector export credit and investment insurance agencies.
"The trend has been a steady increase in demand, not a huge increase given all the turmoil in September," she told Reuters.
Short-term commitments by Berne Union members rose to $1.02 trillion at the end of June from $901.8 billion at the end of December and $787.9 billion in June 2007, she said.
But against that 29 percent rise over the year, claims for deals that defaulted totaled only $530 million in the first half of this year against $1.0 billion in all of 2007, typical for this stage of the export credit cycle.