quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Apenas combinação de boas notícias pode trazer alívio

Invertia / Denise Campos de Toledo
09/10/2008

Ninguém pode reclamar que os governos e bancos centrais não estejam agindo - e agora de forma coordenada. São pacotes de socorro financeiro, injeções maciças de recursos, a redução conjunta dos juros. Até o Banco Central aqui voltou a vender dólares, após vários anos agindo no sentido inverso, com a compra constante da moeda. E a mudança de postura do governo brasileiro, que antes falava em "marolas" da crise, foi além. O ministro Guido Mantega, da Fazenda, convocou o G20 para uma reunião.
Mas, apesar de ter recebido bem as novas iniciativas, o mercado continua como uma gangorra em meio à forte crise de confiança, que só piora a situação econômica: o dinheiro não flui, o crédito continua travado. Até no Brasil já se percebe mais restrições na concessão de recursos por cautela - temor do impacto da crise sobre a atividade em geral e a demanda.
Empresas, projetos, consumidores, o comércio já enfrentam mais dificuldades para conseguir dinheiro. Os bancos querem maiores garantias. No exterior, a situação é bem mais grave, porque é lá que está o olho do furacão.
Em determinados momentos, o movimento do mercado lá fora beira a um colapso financeiro. O corte dos juros tinha como objetivo melhorar a confiança, mais do que estimular as economias. Mas a encrenca é muito grande. Se fala em perdas de cerca de US$ 1 trilhão. Só uma combinação de notícias melhores é que pode trazer alívio mesmo, pelo menos, do lado da confiança, porque a crise econômica, certamente, vai se arrastar por um bom tempo. E tende a se aprofundar.

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