terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Comércio entre AL e Caribe deve crescer 80%

Rodrigo Postigo

18/12/2007

Reunidas no Rio de Janeiro, as instituições de promoção de comércio e investimentos da América Latina e Caribe firmaram sábado (15) o compromisso de ampliar o comércio intra-regional em 80% nos próximos cinco anos, atingindo em 2012 a marca de US$ 504 bilhões. Em 2006, este número ficou em US$ 280 bilhões.

Foi firmado ainda o compromisso de aumentar os investimentos intra-regionais no mesmo período. A meta foi definida na "Carta do Rio de Janeiro", assinada por 44 instituições de 30 países, durante o encerramento do I Encontro de Instituições de Promoção de Comércio e Investimento, promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Os representantes das instituições também assumiram o compromisso de dar periodicidade anual à reunião. O II Encontro será em El Salvador, em 2008, sob responsabilidade da Proesa, agência governamental responsável pela atração de investimentos estrangeiros diretos.

Durante a cerimônia de encerramento do Encontro, o presidente da Apex-Brasil, Alessandro Teixeira, ressaltou a importância da colaboração entre os países latino-americanos e caribenhos para o desenvolvimento da região. "Se quisermos crescer como continente e mudar a visão que norte-americanos e europeus têm da região, é imperioso mantermos reuniões periódicas entre as instituições e trocarmos informações que nos permitam aproveitar melhor as oportunidades comerciais", afirmou em nota.

Segundo Teixeira, os países têm economias complementares e potencial para se ajudar. "Contamos com estabilidade e regras claras. Além disso, temos um conteúdo cultural distinto de outras regiões do planeta: somos mais abertos, flexíveis e alegres. E ainda somos extremamente ricos em recursos naturais", disse.

Teixeira reconheceu que existem problemas comuns, como deficiências em infra-estrutura, falta de treinamento em gestão e falta de informação para investidores. "Está na hora de a América Latina priorizar a América Latina. Fico contente que os workshops realizados no Encontro apontaram a necessidade de um maior fluxo de informações e de um trabalho coletivo para concretizar as sugestões debatidas aqui". Segundo o presidente da Apex-Brasil, um trabalho de benchmarking é fundamental. "No futuro não devemos ser competidores, mas colaboradores", disse.A vice-presidente de El Salvador, Ana Vilma Albanez de Escobar, ressaltou que as instituições têm o poder de transformar os países da região, atraindo investimentos e promovendo as exportações.

"Por meio das nossas instituições, vamos fazer propostas de políticas públicas para desenvolver cada vez mais a América Latina e o Caribe. Temos que ser mais competitivos, melhorar a logística dos países e diminuir as burocracias", afirmou. E concluiu a seguir: "Farei os melhores esforços para que o II Encontro contribua de forma decisiva com o desenvolvimento da região".

Fluxo de capitais deve cair em 2008, diz Leme

Rodrigo Postigo

18/12/2007

O aumento da aversão ao risco, em função da crise no mercado de crédito, e a desaceleração da economia mundial devem promover uma redução dos fluxos de capital estrangeiro para o Brasil, que deverá cair 1/3 ou a metade do que entrou no País em 2007, aponta o diretor do Goldman Sachs, Paulo Leme, durante o seminário "Reavaliação do Risco Brasil", promovido pelo Comitê de Cooperação Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.

Segundo Leme, o saldo de transações em conta corrente, que este ano deve ficar entre 1,5% e 1,6% do PIB, deve cair em 2008, registrando déficit de cerca de US$ 2 bilhões.

Além disso, a projeção de um crescimento menor da economia mundial, que deve registrar 4,7% neste ano e 4% em 2008, também deverá ter impacto na balança comercial, com a queda do volume de exportações. "O saldo da balança comercial deve ficar em US$ 30 bilhões em 2008, abaixo do projetado para este ano, em torno de US$ 40 bilhões", diz.

A redução do superávit na conta de capitais e da balança comercial deve impactar o acúmulo de reservas, mas Leme ressalta que o Brasil está muito próximo de se tornar credor externo.A diminuição do fluxo de capital externo também deve se refletir na taxa de câmbio, e a moeda norte-americana deve passar a se valorizar num prazo de 12 a 18 meses.

No entanto, segundo Leme, o dólar deve permancer no patamar de R$ 1,70 até o final de 2008. "O ajuste da balança de pagamento dos Estados Unidos, com o aumento das exportações e redução das importações e da dívida sobre o PIB deve promover uma desvalorização das moedas de países emergentes", afirma. Para ele, o crescimento da economia brasileria deve se manter robusto, em torno de 5,4% em 2007 e de 5% em 2008, impulsionado pelo aumento da demanda doméstica.

Lula: integração energética na região evitará "apagões"

AFP

18/12/2007

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em La Paz que sua meta é conseguir a integração energética na América do Sul, "para evitar apagões e crises de abastecimento".
"Eu acredito na integração energética de toda a América do Sul. Este é o sonho e o objetivo - alcançar uma verdadeira segurança energética na região", afirmou o presidente brasileiro, citado nesta segunda-feira pelo jornal La Razón, de La Paz, em sua visita de dois dias à Bolívia.

Os presidentes Lula e Evo Morales, da Bolívia, inauguram nesta segunda-feira uma nova etapa das relações bilaterais com a assinatura de acordos, a maioria no setor de energia.

Lula defendeu "o aproveitamento, de modo mais inteligente, dos recursos disponíveis para o desenvolvimento de nossos países. Não é possível que a América do Sul, que tem as maiores reservas energéticas do mundo, sofra apagões e crises de abastecimento".

O Brasil consome 30 milhões de metros cúbicos diários de gás fornecidos pela Bolívia, principalmente para o mercado de São Paulo, e espera investir no país vizinho, através da companhia Petrobras, US$ US$ 750 milhões até 2011.

A Bolívia requer com urgência investimentos para desenvolver e explorar suas reservas de gás natural, estimadas em 1,36 bilhão de metros cúbicos de gás natural, entre certificadas e prováveis, entre as mais importantes da região.

Mercosul assina tratado de livre-comércio com Israel

Rodrigo Postigo

18/12/2007

O Mercosul assinou nesta terça-feira um tratado de livre-comércio com Israel, o primeiro deste tipo que o bloco integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assina com um país de fora da América Latina.

O acordo foi assinado pelo vice-primeiro-ministro e ministro da Indústria, Comércio e Trabalho de Israel, Eliahu Yishai, e os chanceleres do Brasil, Celso Amorim; da Argentina, Jorge Taiana; do Uruguai, Reinaldo Gargano; e do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano.

Nordeste atrairá R$ 8 bilhões e será referência em fonte eólica

Gazeta Mercantil/Caderno C / Ivonéte Dainese

18/12/2007

O vento do Leste da África que sopra sobre o Nordeste brasileiro impulsiona o desenvolvimento de projetos de energia eólica naquela região. Aos poucos, estados como o Ceará estão se tornando referência neste tipo de fonte energética, limpa e renovável.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), para os próximos cinco anos, estão previstos investimentos da ordem de R$ 8 bilhões para a implantação de parques eólicos na região. "Podemos ousar sim! O Ceará tem potencial para produzir de energia eólica, o equivalente a seis usinas de Itaipu", afirma o presidente da Abeeólica, Lauro Fiúza. O executivo participou, na última sexta-feira, do lançamento da pedra fundamental das obras do Parque Taíba-Albatroz, de 16,5 megawatts (MW), a ser instalado no distrito com o mesmo nome, município de São Gonçalo do Amarante, há 70 quilômetros de Fortaleza.

Este é o primeiro de quatro parques a serem instalados em cidades turísticas do Ceará. Os demais, Bons Ventos, de 50 MW, Canoa Quebrada, com 57 MW e Enacel, 31,5 MW, serão implantados no município de Aracati, a 164 quilômetros da capital. Conforme as expectativas dos empreendedores, os quatro parques devem entrar em operação até o final de 2008. Com isso, a contribuição do estado será de quase um terço dos 504 MW habilitados pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa) e a 12% dos 1.400 MW liberados para todo o Brasil.

Em cada um dos parques serão montados 75 aerogeradores com capacidade de 2,1 MW cada. A quantidade de energia elétrica a ser gerada será suficiente para atender uma cidade com 500 mil habitantes.

Apesar de solo arenoso, nas bases de sustentação das torres serão utilizados 18 mil metros cúbicos de concreto numa armação de 11 mil toneladas de aço e 1.350 estacas de 70 centímetros de diâmetro com 15 metros de profundidade. Serão 82 quilômetros de linhas de transmissão.

Além da garantia de energia para a região, os empresários comemoram também o novo negócio. Pela primeira vez o empreendimento será construído por empresas cearenses, como o Grupo Servitec e a Bons Ventos Geradora de Energia S/A.

O aporte inicial de R$ 800 milhões foi dividido entre os grupos Servitec e Ligna, Fundo de Investimentos Brasil de Energia (FIP) e acionistas que injetaram 20%. Os Fundos Constitucionais de Financiamento da Sudene, outros 60% e o Banco do Nordeste, o restante, 20%. "Nós entendemos que a partir de agora quando o Madeira deslancha, não temos alternativa senão investir pesado nessa fonte interminável de energia", explica Fiuza.

Segundo Luiz Eduardo Moraes, presidente da Bons Ventos, no Estado do Ceará, mais quatro áreas já estão em prospecção para a implantação de parques eólicos. "Para que haja expansão de parques e uma participação maior da iniciativa privada, seria interessante que o governo realizasse mais leilões específicos de fontes alternativas e um apenas de eólica", disse.

Ele acrescentou também que, apesar da implantação desses novos parques, o Brasil demorou muito para admitir que a energia elétrica produzida pelo vento poderia se tornar competitiva como a hidráulica. "Acho que o Brasil demorou muito para encarar essa realidade. Em países como os EUA, e os da União Européia a energia eólica está em fase de expansão e contribuindo fortemente com a matriz energética", lembra o executivo.

De acordo com o Atlas Eólico do Brasil, o potencial de energia eólica do País pode chegar a 145 giga watts (GW). O Nordeste contribui com 52% de todo esta possível geração com 75 GW. No Ceará, o potencial é de 25 mil MW em terra e 10 mil MW sobre o mar. Conforme as informações da Eletrobras, já foram autorizados pelo Proinfa mais 14 projetos eólicos que vão totalizar, até 2010, 500,5 MW de potência instalada.

Venda de PCs crescerá 30% em 2008 chegando a 13 milhões de unidades

Rodrigo Postigo

18/12/2007

A Intel acredita que o mercado brasileiro comercializará 13 milhões de PCs ao longo de 2008. Caso a projeção se confirme, este segmento apresentará um crescimento entre 25% e 30% em relação ao previsto para este ano, impulsionado pelas novas ofertas, pela segmentação e pela disponibilidade maior de crédito.

"Percebemos que os usuários que já tiveram a experiência do primeiro computador sentem a necessidade de adquirir produtos com mais funcionalidades e maior poder de processamento, por exemplo como processadores dual ou quad core e notebooks, e os preços em queda acentuam ainda essa tendência", analisa o diretor de Marketing da Intel, Elber Mazaro.

Outro fator que contribui para o aumento das vendas é a taxa baixa do dólar. "O cenário brasileiro é otimista para o próximo ano. Mobilidade, processadores de núcleos múltiplos e internet banda larga são as bolas da vez. Mas apostamos: 2008 é a ponta do iceberg em muitas áreas para adoção da tecnologia", prevê Mazaro.