Rodrigo Postigo
18/12/2007
O aumento da aversão ao risco, em função da crise no mercado de crédito, e a desaceleração da economia mundial devem promover uma redução dos fluxos de capital estrangeiro para o Brasil, que deverá cair 1/3 ou a metade do que entrou no País em 2007, aponta o diretor do Goldman Sachs, Paulo Leme, durante o seminário "Reavaliação do Risco Brasil", promovido pelo Comitê de Cooperação Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.
Segundo Leme, o saldo de transações em conta corrente, que este ano deve ficar entre 1,5% e 1,6% do PIB, deve cair em 2008, registrando déficit de cerca de US$ 2 bilhões.
Além disso, a projeção de um crescimento menor da economia mundial, que deve registrar 4,7% neste ano e 4% em 2008, também deverá ter impacto na balança comercial, com a queda do volume de exportações. "O saldo da balança comercial deve ficar em US$ 30 bilhões em 2008, abaixo do projetado para este ano, em torno de US$ 40 bilhões", diz.
A redução do superávit na conta de capitais e da balança comercial deve impactar o acúmulo de reservas, mas Leme ressalta que o Brasil está muito próximo de se tornar credor externo.A diminuição do fluxo de capital externo também deve se refletir na taxa de câmbio, e a moeda norte-americana deve passar a se valorizar num prazo de 12 a 18 meses.
No entanto, segundo Leme, o dólar deve permancer no patamar de R$ 1,70 até o final de 2008. "O ajuste da balança de pagamento dos Estados Unidos, com o aumento das exportações e redução das importações e da dívida sobre o PIB deve promover uma desvalorização das moedas de países emergentes", afirma. Para ele, o crescimento da economia brasileria deve se manter robusto, em torno de 5,4% em 2007 e de 5% em 2008, impulsionado pelo aumento da demanda doméstica.
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