quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Governo muda as regras para BNDES emprestar mais

Produção industrial tem maior recuo desde 1995, informa IBGE

Tesouro Nacional capta US$ 1 bilhão no retorno ao mercado externo

Venda de veículos cresceu 11,5% em dezembro, diz Fenabrave

FED prevê recuperação da economia no segundo semestre

Venda de veículos cresceu 11,5% em dezembro, diz Fenabrave

Agência Estado
07/01/2009
As vendas totais de veículos novos no País somaram 345.447 unidades em dezembro de 2008, o que representa um crescimento de 11,54% sobre novembro e queda de 16,39% sobre igual mês de 2007.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os números incluem automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários. Durante todo o ano de 2008 o setor registrou recorde de vendas com 4.849.497 unidades comercializadas, volume 14,15% maior que o registrado em 2007.
De acordo com o presidente da entidade, Sérgio Reze, a melhora das vendas em dezembro na comparação com novembro deve-se à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), medida adotada pelo governo federal no último mês do ano para incentivar as vendas de carros novos. O executivo afirmou ainda que, com o novo cenário, a projeção de queda de 19% nas vendas de 2009 foi revista. A nova previsão é de que, mantidas as condições atuais, as vendas totais do setor poderão ter alta de 3% neste ano.
Considerando apenas o segmento de automóveis e comerciais leves, as vendas de dezembro somaram 183.568 unidades, o que representa uma alta de 10,61% sobre novembro. Na comparação com dezembro do ano passado houve uma retração de 20,49%. No acumulado do ano, o as vendas do segmento totalizaram 2.671.338 unidades, com alta de 14,06% sobre 2007.

Produção industrial tem maior recuo desde 1995, informa IBGE

Terra
07/01/2009
A produção industrial do Brasil recuou 5,2% em novembro frente a outubro, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, esta foi a maior queda na comparação com o mês anterior desde maio de 1995 (-11,2%). Em relação ao resultado de novembro de 2007, a queda foi de 6,2%.
Segundo o IBGE, a redução frente ao mesmo mês do ano anterior também quebra um ciclo de 28 meses consecutivos de alta neste tipo de comparação. "Esse resultado refletiu o comportamento negativo de 21 dos 27 ramos pesquisados e atingiu todas as categorias de uso", explicou o órgão em nota.
"(Este resultado evidencia) um aprofundamento do ritmo de queda da atividade e um alargamento do conjunto de segmentos com decréscimo de produção", afirmou o IBGE.
Com a queda em novembro, na comparação com o mês anterior, o indicador tem o segundo resultado negativo seguido, acumulando perda de 7,9% entre setembro e novembro, na série com ajuste sazonal, apontou o estudo.
"O principal impacto negativo (em novembro) veio da indústria de veículos automotores, com queda de 22,6%, seguida por máquinas e equipamentos (-11,9%), edição e impressão (-14,8%), indústrias extrativas (-10,9%) e metalurgia básica (-10,2%)", apontou o levantamento de novembro.
O IBGE acrescentou ainda que o movimento destes setores segue o verificado em outubro, quando as quedas foram de -1,6% (veículos automotores), -5,1% (máquinas e equipamentos), -5,1% (edição e impressão), -0,3% (indústrias extrativas) e -0,3% (metalurgia básica).
Em novembro, a quantidade de itens com produção menor do que no mês anterior também aumentou. A pesquisa aponta que o índice de difusão (percentual de produtos em crescimento) também refletiu a ampliação do quadro negativo, sendo que 64% dos 755 produtos investigados mostraram queda na produção - nível recorde desde janeiro de 2003, mês do início da série desse indicador.
De janeiro a novembro, a produção industrial acumula alta de 4,7% e, nos últimos 12 meses, o avanço foi de 4,8%, acrescentou o IBGE.

Governo muda as regras para BNDES emprestar mais

Folha de São Paulo
07/01/2009
O governo mudou regras do estatuto social do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que permitem ampliar sua capacidade de financiamento em meio à crise do crédito. Publicado no "Diário Oficial", o decreto assinado pelo presidente Lula assegura ao banco mais flexibilidade na negociação com o Tesouro para o repasse de parte do lucro distribuído à União como dividendos.
O decreto foi criado para que o banco se ajuste às normas contábeis internacionais da IFRS (International Financial Reporting Standard). Na prática, deve ganhar importância em um ano em que o setor privado enfrenta restrições de crédito e o governo quer dar impulso ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O BNDES será o principal financiador dos grandes projetos, principalmente de energia.
O banco é obrigado a repassar um mínimo de 25% do lucro líquido à União. Percentuais acima disso são alvo de negociação. No decreto, foram criados dois mecanismos que permitem ao banco, mediante negociação, reter parcela maior do lucro em caixa.
O primeiro é a Reserva de Lucros para Futuro Aumento de Capital, cujo objetivo é assegurar a formação de patrimônio líquido segundo as expectativas de crescimento dos ativos do banco. O percentual previsto é de 15% do lucro líquido, limitado a 30% do capital social.
O segundo é a Reserva de Lucros para Margem Operacional, criada de acordo com solicitação da administração do BNDES. A ideia é contar com recursos que assegurem uma margem operacional compatível com as operações do banco, no percentual de 100% do saldo remanescente do lucro líquido, até 50% do capital social.
Na prática, as duas medidas deverão aumentar a margem de manobra do BNDES na negociação, mas a decisão ainda será do ministro da Fazenda.
Em 2007, o BNDES lucrou R$ 7,3 bilhões. Descontado o valor previsto em lei de reserva legal, foram distribuídos à União 40% do total como dividendos. Caso reduzisse o percentual para 25%, poderia ficar com mais R$ 1,066 bilhão em caixa para financiamentos.
"Isso representaria um volume significativo, próximo de 1,5% do orçamento do ano. Faz diferença, até que o crédito internacional volte a fluir, temos que capturar todas as possibilidades de "funding" interno para fazer com que a infraestrutura e a construção civil exerçam o papel de atividades anticíclicas. Já temos uma estrutura regulatória em funcionamento capaz de favorecer investimentos privados, mas precisamos de crédito", diz Paulo Godoy, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).
Até setembro, o BNDES lucrou R$ 5,1 bilhões -uma queda de 29,7% em relação a igual período de 2007. A queda foi atribuída pelo banco à redução das taxas de juros nos últimos anos em razão da política do governo de diminuir os custos de financiamentos do BNDES.
Pressionado pela demanda maior por crédito, o banco negocia com o governo elevação do volume de recursos disponíveis. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já havia afirmado que a ideia é diversificar a fonte de recursos em 2009, mas que sem o apoio do Tesouro seria impossível fechar o "hiato de recursos".
O BNDES negocia ainda recursos com órgãos internacionais como Banco Mundial, KFW (alemão) e JBIC (japonês). Até novembro, o banco emprestou R$ 79,9 bilhões. Para este ano, a expectativa é que o orçamento fique entre R$ 100 bilhões a R$ 110 bilhões.

Energia nuclear ganha mais espaço na matriz

Gazeta Mercantil
07/01/2009
A dificuldade de desenrolar projetos hidrelétricos, principalmente por conta dos entraves ambientais, abre uma brecha para o crescimento mais expressivo de outras fontes energéticas no Brasil. E, na ponta da lista de alternativas, está a geração nuclear. "O cenário hídrico está cada vez mais difícil para grandes aproveitamentos de geração elétrica e, portanto, o País precisa colocar novas alternativas com grande potencial gerador no mercado", afirma Luiz Filipe, assessor da presidência da Indústrias Nucleares Brasileira (INB).
O engenheiro nuclear Rafael Schechtman, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (Cbies), concorda com Filipe. "A energia nuclear é uma ótima opção, em termos globais, para acrescentar um forte bloco de energia no mercado", comenta o especialista.
Filipe reforça a idéia de mais nucleares no sistema ao se referir sobre os novos formatos das hidrelétricas. "As hidrelétricas que entrarem em operação a partir de agora terão reservatórios muito menores que os das centrais hídricas anteriores", comenta. Há alguns anos, quando haviam menos entraves ambientais para liberação das obras, as usinas hidrelétricas eram elaboradas com reservatórios capazes de armazenar água suficiente para gerar energia durante cinco anos. Hoje a capacidade de armazenamento é de, no máximo, dois meses.
A idéia de ampliar a participação das centrais nucleares na matriz, por conta dos atrasos vistos nas obras das hidrelétricas, é defendida por Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. "Diante de tantos problemas com as hidrelétricas, acho que as usinas nucleares podem ser uma boa alternativa para geração elétrica", afirma o presidente da EPE.

UPDATE 2-Brazil auto sales rebound in Dec, tough year ahead

Tue Jan 6, 2009 12:59pm EST
By Alberto Alerigi Jr.
SAO PAULO, Jan 6 (Reuters) - New car and truck sales in Brazil rose 11.5 percent in December from November, rebounding from two months in the doldrums as government tax breaks and year-end blowout sales wooed consumers back into showrooms, national dealers' association Fenabrave said on Tuesday.
For all of 2008, sales climbed 14.15 percent to a record 4.85 million vehicles, slowing slightly after three straight years of red-hot growth. In 2007, new car and truck sales soared 28 percent, buoyed by a credit boom that allowed many Brazilians to buy cars for the first time.
Sales had plunged 25.7 percent in November and 11 percent in October as the credit crunch and global financial crisis spilled over into Latin America's largest economy, crimping consumer demand and prompting several industries to scale back production and cut jobs.
Brazil is a major market for global automakers such as Italy's Fiat (FIA.MI), Germany's Volkswagen AG (VOWG.DE), U.S.-based General Motors Corp (GM.N) and Ford Motor Co (F.N). Asian and French manufacturers are also boosting their presence in Brazil, hoping to offset slumping sales at home.
Fiat led the pack in sales in December, finishing the year as the market leader with 24.6 percent market share. Volkswagen came in second with market share of 21.9 percent, followed by GM with 20.5 percent and Ford with 9.7 percent.
The strong numbers in December helped drive up Fiat's share price, which climbed 8 percent in Milan. Shares in tire maker Pirelli & C (PECI.MI) also got a boost from the data since Brazil is a key market for the Italian group, surging as much as 22 percent.
The rebound in auto sales came after Brazil's government slashed industrial taxes on new cars and reduced financial taxes on consumer loans, two of several steps it has taken in recent months to prevent a sharp economic slowdown.
Previously, the federal government and the Sao Paulo state government sought to shore up the auto industry by instructing state banks to offer a total of 8 billion reais ($3.62 billion) in credit for car loans.

Emerging Markets-Colombia and Brazil test investor appetite

Tue Jan 6, 2009 7:12pm EST
(Updates with final pricing, background)
By Daniel Bases
NEW YORK, Jan 6 (Reuters) - Brazil and Colombia each sold $1 billion of 10-year bonds on Tuesday as debt markets showed signs of recovering from the 2008 shutdown, although both nations had to offer discounts to lure still shaky investors.
The flurry of deal activity is an important barometer for sovereign as well as corporate borrowers given that the credit crisis all but closed the new issuance market in the second half of last year.
Tuesday's deals are among the very first to attempt to scale the large global emerging market financing hurdle estimated by Dealogic at $450 billion for 2009.
"Investors are not in a risk averse mode right now. For the right price people are willing to put money to work and it looks like the books are oversubscribed," said Cristina Panait, emerging market debt strategist at Los Angeles-based fund manager Payden & Rygel.
Until Mexico broke the dry spell with a $2 billion 10-year deal Dec. 18, the previous sovereign issue was a $1.5 billion 10-year bond sold by Turkey on Sept. 3.
Emerging market assets held up well during the early phases of the credit crisis but were hit hard when U.S. investment bank Lehman Brothers collapsed, causing investors to sell these profitable assets indiscriminately to shore up core positions.
Peru, Philippines and Turkey are said to be looking to come to the market as well, Panait and other fund managers said.
"The key message is that the market remains open to quality emerging market borrowers, and we would look for many more sovereigns to issue in the weeks ahead," RBC Capital Markets said in a client note.
RBC stressed neither country was starved for cash but rather taking advantage of low yields to meet financing needs.
Brazil is rated investment grade by Standard & Poor's and Fitch Ratings at "BBB-" and one notch lower in junk status by Moody's Investors Service at "Ba1".
Colombia is rated one notch below investment grade -- "BB+" by S&P and Fitch and "Ba1" by Moody's.
As of Monday, Brazil's bonds traded in line with an "A2" rated company and Colombia's traded in line with an "A3" rated company, five and four levels respectively above their actual ratings, according to the credit strategy group at Moody's.
The yield spread between emerging sovereign debt and U.S. Treasuries, a gauge of investor sentiment, improved slightly with a narrowing of 4 basis points to 645, according to the JP Morgan Emerging Markets Bond Index Plus 11EMJ.JPMEMBIPLUS.
MSCI's emerging market stock index rose 1.41 percent to 607.40.MSCIEF.

Brazil Industrial Output Falls on Slowing Economy

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: January 6, 2009
Filed at 3:26 p.m. ET
RIO DE JANEIRO, Brazil (AP) -- Brazilian industrial production fell the most in seven years in November as the global financial crisis sapped credit and demand for exports, the government said Tuesday.
Industrial output fell 6.2 percent over the same month in 2007, the steepest drop since December 2001, deepening the economic crisis' impact on Latin America's biggest economy, Brazil's national statistics agency said.
The results are further eroding the confidence of businesses and consumers already rattled by Brazil's weakening currency and slowing economy, government researcher Silvio Sales told the Agencia Estado news agency.
''2009 will be a year of sacrifice,'' Sao Paulo Federation of Industries trade director Roberto Giannetti da Fonseca told the Estado de S. Paulo newspaper.
Brazil's currency has lost more than 45 percent of its value against the greenback since August, now trading at 2.2 reals to the U.S. dollar. Exporters had hoped the sliding currency would boost demand for Brazilian goods, but a spreading recession has kept down sales in Brazil's two biggest markets, the European Union and the United States.
Exports are expected to drop 17.7 percent to $163 billion in 2009, the first decline since 2000, according to Jose Augusto de Castro, vice president of Brazil's Foreign Trade Association, known by its Portuguese acronym, AEB.
The decline will likely shrink Brazil's trade surplus 31 percent as the economic downturn deflates prices for Brazil's top commodity exports, including iron ore and soy, the AEB said.
Still, the surplus, $24.7 billion in 2008, will hover around $17 billion because domestic demand for imports is due to slide along with Brazil's own slowing economy, Castro said.
With expectations of declining exports and the need to bring in dollars, Brazil's government said Tuesday it planned to sell bonds in international markets, the first such action in eight months.
The Finance Ministry said in a statement it would offer 10-year notes in Europe and the U.S. No details were given on when the sales would take place or what amount would be offered.