sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Valor das empresas na Bolsa encolhe R$ 1 trilhão

O Estado de São Paulo / Mônica Ciarelli
10/10/2008
Em quase cinco meses, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi do paraíso ao inferno. Desde 20 de maio, quando o Ibovespa atingiu o pico histórico de 73.517 pontos, o valor de mercado das companhias encolheu mais de R$ 1 trilhão. Essa perda representa pouco menos da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2007.
Diante da dimensão da crise financeira internacional, poucos economistas arriscam traçar um cenário para a Bovespa no curto prazo. "Nossa geração nunca experimentou ou deve experimentar outra crise dessa dimensão de novo", disse o ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sócio da JB Partners, José Luiz Osório. Segundo ele, não há sinais de que o cenário de turbulências no mercado possa se dissipar no curto prazo.
"O preço das ações nesse momento de crise fica divorciado da realidade da companhia", comentou o ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Tendências Consultorias, Gustavo Loyola. Para ele, as chances de o PIB brasileiro crescer menos de 3% em 2009 cresceram muito nas últimas semanas, com a piora das turbulências no front externo. "Seria uma desaceleração muito forte. Este ano, o crescimento deve ficar na casa dos 5%", afirmou.
Para Loyola, o BC erra ao adotar intervenções em "conta-gotas" no câmbio. Ele lembra que a disparada do dólar afeta diretamente a inflação, o que deve obrigar o governo a manter os juros elevados. A conjunção desses fatores tende a resultar em lucros menores para as empresas.
Loyola recomenda uma intervenção mais pesada, que cause perdas ao investidor que apostar na alta do dólar. "Não podemos gastar os US$ 200 bilhões de reservas com intervenções em conta-gotas. As intervenções deveriam ser mais fortes."
O sócio responsável pelo Modal Asset Management, Alexandre Povoa, observou que a previsão de lucro para as companhias em 2009 mudou. Para ele, a grande dúvida é o nível de preço das commodities e como ficará o crédito. Povoa explica que a queda da bolsa nas últimas semanas reflete ainda a saída dos investidores neste momento de crise, especialmente dos estrangeiros.
Apesar do cenário sombrio, José Luiz Osório acredita que o investidor deve olhar com atenção para as ações de empresas que tem bons fundamentos e estão com preço deflacionado.

Tributos arrecadados superam os R$ 800 bilhões na próxima segunda-feira

O recorde ocorrerá apenas 1 mês depois da marca de R$ 700 bilhões; valor equivale a 2,105 bilhões de salários mínimos
InfoMoney
10/10/2008
A marca de mais de R$ 800 bilhões em tributos pagos pelos brasileiros deve ser superada na noite da próxima segunda-feira (13). O total corresponde à toda a receita recolhida pelos municípios, estados e União, desde o primeiro minuto de 2008.
O valor arrecadado pode ser consultado, em tempo real, no site www.impostometro.com.br. O portal indica os valores somados aos cofres públicos por mais de 60 tributos diretos ou indiretos.
A quantia anunciada será alcançada apenas 1 mês depois dos tributos arrecadados totalizarem R$ 700 bilhões. Além disso, a arrecadação está mais acelerada do que em 2007, já que, no ano passado, o valor foi superado no dia 24 de novembro, 42 dias mais tarde.

Mercosul e UE buscam acordo para minimizar crise

Terra / Laryssa Borges
20/10/2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderá na próxima semana, em reunião com o primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Zapatero, a retomada das discussões em torno de um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Européia, mecanismo que, segundo o governo brasileiro, pode representar a demonstração da capacidade de articulação dos países emergentes diante da crise financeira nos Estados Unidos e minimizar seus efeitos para nações em desenvolvimento.
O tema deverá ser novamente colocado em pauta por Lula em encontros com chefes de Estado da África do Sul e da Índia a partir de quarta-feira, quando participará da 3ª Cúpula do Ibas (Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul). No início da noite desta quinta-feira, Lula já reunirá o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para dar orientações sobre a posição que o Brasil deve defender em Washington (EUA) durante as reuniões do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do G-20 financeiro.
"O presidente considera importante ter em conta que a natureza global da crise nos mostrou que é necessário ter uma supervisão de instituições internacionais (com o objetivo de) dar sentido claro de direção aos agentes econômicos", anunciou o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach.
"A conclusão de acordos desse tipo (Mercosul-UE) sempre é benéfica, principalmente em momentos de crise", completou o porta-voz.
Mais uma vez o presidente Lula deve observar que o destravamento da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a conseqüente retomada das discussões pela liberalização do comércio agrícola mundial também seriam um "alento" para as nações impactadas pela crise.
"A idéia do presidente é que a queda de barreiras no comércio internacional é sempre benéfica para melhorar os fluxos (de comércio). Nesse momento sensível, todas essas negociações têm uma grande importância porque podem evitar que os prejuízos da crise sejam ainda maiores", explicou Baumbach, enfatizando que o governo brasileiro defenderá a adoção de "respostas coordenadas" e de um mecanismo de "supervisão" feito por entidades internacionais.
Ele não soube detalhar, no entanto, de que maneira seria possível viabilizar esse "esforço conjunto e cooperativo" dos países.

Eurocâmara exige nova regulação do mercado ainda em 2008

EFE
10/10/2008
O plenário do Parlamento Europeu exigiu hoje que a Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia) apresente propostas para reforçar a supervisão e a estabilidade dos mercados financeiros ainda este ano.
Os eurodeputados aprovaram com 565 votos a favor, 74 contra e 18 abstenções a um relatório que vinha sendo preparado há meses e cuja aprovação final acontece em meio à crise.
De fato, algumas das medidas solicitadas pelo Parlamento Europeu já foram anunciadas nos últimos dias pela CE, como a revisão dos requisitos de capital exigidos dos bancos e a criação de um "grupo de sábios" para abordar o futuro da supervisão financeira na União Européia (UE).
"A CE começou de repente a ser muito ativa neste âmbito", destacou hoje uma das conferentes do relatório, a socialista holandesa Ieke van den Burg, que lembrou, no entanto, que há "anos" a Eurocâmara vem pedindo mudanças na regulação e na supervisão do mundo das finanças.
Na mesma linha, o outro responsável pelo texto, o liberal romeno Daniel Daianu, afirmou que "a atual crise valida todas as preocupações que o Parlamento Europeu expressou durante anos sobre a arquitetura de supervisão financeira na UE".
"Estamos pagando pela desregulação dos últimos tempos", acrescentou.
O relatório de iniciativa, aprovado hoje com maioria absoluta, força à CE a fazer projetos de lei alinhados com o exigido pelos eurodeputados ou, caso contrário, a dar explicações sobre porque não considera pertinente fazê-los.
Na realidade, a CE já trabalha em várias das propostas solicitadas pelos parlamentares, que em sua maioria criticaram o fato de o comissário do Mercado Interno europeu, Charlie McCreevy, só ter decidido agir quando a crise financeira já havia afetado seriamente a economia

Crescimento sustentável é 'chave real' para AL, diz FT

BBC Brasil
10/10/2008
Um crescimento sustentável é a "chave real" para que os países latino-americanos garantam estabilidade ao longo prazo e evitem ser atingidos por choques como a atual crise financeira global, segundo uma reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal Financial Times.
Citando o economista-chefe para a América Latina e Caribe do Banco Mundial, Augusto de la Torre, e outros economistas, o jornal afirma que medidas ortodoxas têm ajudado alguns países da região a "se integrar de maneira mais segura aos mercados financeiros globais", mas que a estabilidade a longo prazo depende do crescimento sustentável.
De acordo com o FT, no entanto, vários países da região ainda não implementaram "as reformas estruturais que precisam ser feitas para que isso aconteça, especialmente o corte de gastos extravagantes como a folha de pagamento do setor público."
O Financial Times afirma que, para muitos países, há um fundo de verdade na afirmação de que a região está mais imune ao que acontece nos países desenvolvidos e a crises do tipo enfrentado pela Rússia e países asiáticos no fim dos anos 90.

Viracopos e Galeão serão privatizados

Gazeta Mercantil/Caderno C
10/10/2008

Resolução do Conselho Nacional de Desestatização (CND) publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU) dá mais um passo no processo de privatização dos aeroportos internacionais Antonio Carlos Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro, e Viracopos, em Campinas (SP). Assinada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Miguel Jorge, a resolução recomenda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que autorize a inclusão dos dois aeroportos no Programa Nacional de Desestatização (PND).
O conselho também propõe que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) seja designada a responsável por executar e acompanhar a privatização dos equipamentos atualmente administrados pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).
A privatização do Tom Jobim foi sugerida pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), em agosto deste ano. Um mês antes, ele já havia defendido que a gestão do aeroporto fosse transferida para o governo estadual.
Cabral alega que o atual estado de conservação do equipamento pode comprometer a candidatura da cidade às Olimpíadas de 2016. Segundo ele, seria necessário investir mais de R$ 500 milhões para adequar o aeroporto às exigências do Comitê Olímpico.
Já em Viracopos, segundo maior terminal de cargas do país, o governo vem investindo pesado para, conforme disse o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tornar o equipamento "o grande aeroporto de São Paulo". Em fevereiro, a Infraero assinou com a prefeitura de Campinas um termo de cooperação mútua para desapropriar áreas no entorno do aeroporto. No local deve ser construída uma segunda pista de pouso e decolagem. O custo inicial da obra é de cerca de R$ 500 milhões.
Segundo a Infraero, as importações realizadas por Viracopos registraram movimentação histórica no mês de agosto. Foram 15.079 toneladas importadas pelo terminal, maior marca desde a inauguração do aeroporto. O crescimento foi de 23,33% em relação ao mês de agosto de 2007, quando o movimento foi de 12.226 toneladas de produtos.

Brazil reiterates no change to oil contracts

Fri Oct 10, 2008 6:25am EDT
LISBON, Oct 10 (Reuters) - Brazil will not alter existing contracts with foreign and local oil producers that have discovered huge reserves in the subsalt cluster deep under the ocean floor, Energy Minister Edison Lobao reiterated on Friday.
Speaking at a Portuguese-Brazilian business meeting in Lisbon, Lobao also hailed the presence of Portugal's Galp Energia (GALP.LS: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) in several Santos basin blocks, calling it an important partner of Brazil's state-run oil giant Petrobras (PETR4.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz)(PBR.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz).
"Brazil will respect all the contracts. The sanctity of the contracts will never be broken," Lobao said.
Galp has a 10 percent stake in the Tupi discovery, where Petrobras estimated recoverable reserves at up to 8 billion barrels, and in a number of other important projects like Jupiter and Iara.
Other partners in these and other subsalt blocks include Britain's BG Group (BG.L: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), Spain's Repsol (REP.MC: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) and ExxonMobil (XOM.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) of the United States.
After the Tupi reserve announcement last November, Brazil started mulling changes to its oil law and other rules for oil exploration and production, eyeing more taxes and royalties, as well as changing the way it offers new concessions to leave high-potential blocks in state hands.
But it has repeatedly said any changes would apply only to future contracts.
Also on Friday, Galp and Petrobras signed a draft deal to set up a joint venture to produce 500,000 tonnes a year of biodiesel, with half of that amount to be produced in Portugal for distribution in Europe. The partners were yet to confirm the commercial viability of the project. (Reporting by Elisabete Tavares and Andrei Khalip; editing by James Jukwey)

Brazil Poised to Become Oil Superpower

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: October 9, 2008
Filed at 7:35 p.m. ET
RIO DE JANEIRO, Brazil -- Four miles under the ocean's surface off Brazil's lush coast lie billions of barrels of recently discovered light crude -- a treasure that could transform the country into an oil superpower.
President Luiz Inacio Lula da Silva called it ''a gift from God'' and pledged to end chronic poverty and narrow the country's broad gap between the rich and the poor.
But before rhetoric becomes reality, Brazil must first get to the underwater reserves, among the world's deepest, and then manage a massive influx of wealth -- a formidable task that has left other national economies awash in corruption and even greater gaps between the rich and poor.
Jockeying for a cut of the proceeds has already begun.
Military officials are calling for increased military spending, stressing the need for a nuclear submarine program and new fighter jet fleet to protect the oil from rivals.
The nine fields discovered in the last year are thought to hold 50 billion to 80 billion barrels of light crude -- more than four times Brazil's current proven reserves. With the find, Brazil could supply all of its own needs for nearly a century or become one of the world's top oil exporters.
Even getting to that point will test the state-run oil company Petroleo Brasileiro SA, which has decades of experience in deep-water drilling.
The oil fields will be the most complicated and costly it has ever developed. Analysts say the project will require at least a $600 billion investment over 30 years.
The deep-water reservoirs lie some 185 miles offshore in the Atlantic, more than a mile below the ocean's surface and under another 2.5 miles of earth and corrosive salt. The salt beds can break loose and shear off piping, making it one of the toughest substances to drill.
Given those conditions, rough ocean currents and floating rigs, the technology required to tap Brazil's so-called ''pre-salt'' oil is on par with that needed to land a man on the moon, said Eric Smith a drilling expert at the Entergy-Tulane Energy Institute at Tulane University in New Orleans.
''If you were doing this with a drill from atop the Empire State building, about 1,000 feet up, you'd be trying to hit a target on 34th Street the size of a quarter,'' said Smith.
''Then you've got to go down an equivalent distance to reach the oil, and it might not be on 34th Street, it might be on 42nd Street,'' he said.
Petrobras will use seismic imaging to map the reserves, but even that will not provide a clear view under the salt, which blurs images, said Judson Jacobs, director of upstream technology at Cambridge Energy Research Associates in Cambridge, Massachusetts.
Drilled wells must also withstand crushing pressure of extreme depths, Jacobs said.
But there are logistical problems beyond engineering.
The recent record prices for oil have led to global shortages of drilling equipment just when Brazil needs it most. The country will have to rent 138 drilling platforms -- or build them for as much as $1.7 billion each -- and find at least 200 ships to transport oil and gas over the next 30 years, a mid-September study by Brazil's national development bank found.
The financial spillover could begin with Brazil's dormant shipping industry and create tens of thousands of jobs, Silva has said.
Silva appointed a cabinet-level committee to draft plans for restructuring the oil industry to accommodate rapid growth. That committee is expected to recommend a new state-owned oil company negotiate contracts for the pre-salt finds.
Still, some consider that a return to nationalism -- and an unfair rebuff of Petrobras shareholders, whose capital largely financed the most recent discoveries and who expect returns.
Petrobras will have to work with private partners, more likely through production-sharing deals than the current concession contracts it now favors, said Christopher Garman, head of Latin America research for the New York-based Eurasia Group consulting firm.
Garman called fears of nationalism that once dominated Brazil's energy industry a bit ''overblown.'' Laws passed in 1997 broke the government's monopoly over Petrobras, allowing foreign investors to buy stakes in 60 percent of the company. About a million Brazilian citizens hold shares, too.
Brazilian officials insist any new oil company would not actually drill, but negotiate production-sharing agreements between Petrobras and private partners, which already include Royal Dutch Shell, BG Group Plc, and a division of Galp Energia, Portugal's biggest energy company. Petrobras, the dominant player in Brazil's energy sector, would retain its leadership position.
If oil hovers around $100 a barrel, the pre-salt fields would yield at least $5 trillion, doubling the oil sector's share of Brazil's economy to 20 percent, according to Garman. It would also triple currency reserves to $600 billion, the president of Brazil's central bank said.
Taxes and royalties from Petrobras were $34 billion, or about 4 percent of government income in 2007.
How the money is spent will have very serious ramifications.
A deluge of oil money has fueled labor abuses and economic imbalances that hit the poor hardest in many nations, such as Nigeria. It has also triggered rapid inflation and even overvalued local currencies, like the Netherlands saw in the 1960s. In those and other cases, the result was slashed exports and unemployment.
Silva has suggested Brazil might invest a good portion of its oil revenue, as Norway has done, rather than pump it into the economy. Treasury officials in May unveiled plans to funnel pre-salt income into a sovereign investment fund, which could ultimately hold between $10 billion and $20 billion.
But with 57 million Brazilians living in poverty, the government may spend much of its oil money to help the poor and boost education -- though no new programs have been outlined.
During a visit to an offshore oil platform, Silva promised that oil income would be ''a direct bridge between nature's riches and the eradication of poverty.''
''We will transform a perishable wealth, like oil and gas, into a source of permanent wealth for the Brazilian people,'' he said, clad in a Petrobras hardhat after dipping his fingers into some of the first crude pumped from the pre-salt area last month.
''God has given Brazil one more chance,'' he said.

Jornal Economia em Notícia - Edição 45

Jornal Economia em Notícia - Edição 44