sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mercosul e UE buscam acordo para minimizar crise

Terra / Laryssa Borges
20/10/2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderá na próxima semana, em reunião com o primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Zapatero, a retomada das discussões em torno de um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Européia, mecanismo que, segundo o governo brasileiro, pode representar a demonstração da capacidade de articulação dos países emergentes diante da crise financeira nos Estados Unidos e minimizar seus efeitos para nações em desenvolvimento.
O tema deverá ser novamente colocado em pauta por Lula em encontros com chefes de Estado da África do Sul e da Índia a partir de quarta-feira, quando participará da 3ª Cúpula do Ibas (Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul). No início da noite desta quinta-feira, Lula já reunirá o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para dar orientações sobre a posição que o Brasil deve defender em Washington (EUA) durante as reuniões do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do G-20 financeiro.
"O presidente considera importante ter em conta que a natureza global da crise nos mostrou que é necessário ter uma supervisão de instituições internacionais (com o objetivo de) dar sentido claro de direção aos agentes econômicos", anunciou o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach.
"A conclusão de acordos desse tipo (Mercosul-UE) sempre é benéfica, principalmente em momentos de crise", completou o porta-voz.
Mais uma vez o presidente Lula deve observar que o destravamento da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a conseqüente retomada das discussões pela liberalização do comércio agrícola mundial também seriam um "alento" para as nações impactadas pela crise.
"A idéia do presidente é que a queda de barreiras no comércio internacional é sempre benéfica para melhorar os fluxos (de comércio). Nesse momento sensível, todas essas negociações têm uma grande importância porque podem evitar que os prejuízos da crise sejam ainda maiores", explicou Baumbach, enfatizando que o governo brasileiro defenderá a adoção de "respostas coordenadas" e de um mecanismo de "supervisão" feito por entidades internacionais.
Ele não soube detalhar, no entanto, de que maneira seria possível viabilizar esse "esforço conjunto e cooperativo" dos países.

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