sexta-feira, 18 de julho de 2008

Pequena e média ajudam a elevar exportações, diz ministro

Agência Brasil
18/07/2008
Em 2010, está prevista a participação de cerca de 13 mil micro, pequenas e médias empresas nas vendas externas - atualmente, são 10 mil. Ao comentar os números, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, lembrou que as exportações brasileiras estão crescendo à média anual de 9,1%, resultado que, em grande parte, pode ser atribuído às micro, pequenas e médias empresas.
Para o ministro, é preciso desburocratizar e quebrar tabus comerciais para que tais empresas sejam inseridas no mercado internacional, pois, até pouco tempo, a cultura reinante no país era produzir para vender no mercado interno. Só se exportava quando não havia demanda no mercado interno, disse ele.
De junho do ano passado até maio último, esse segmento vendeu US$ 10,3 bilhões, por meio de projetos integrados desenvolvidos em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Entre janeiro e maio deste ano, o crescimento das vendas de empresas de pequeno porte ao exterior ficou em 27,5% contra 22,2% no mesmo período do ano passado.
O Brasil pretende elevar a participação atual de 1,18% nas exportações mundiais para 1,25% em 2010, quando deverá negociar pelo menos US$ 208,8 bilhões.
Miguel Jorge ressaltou que o empresariado está começando a aprender que, em vez de lamentar a situação desfavorável do câmbio, deve procurar a eficiência, a modernidade e a produtividade. Segundo ele, apesar dos bons resultados apresentados pelas micro, pequenas e médias empresas, o setor responde hoje por apenas 8% das exportações brasileiras.
Na opinião do ministro, o resultado pode melhorar muito, pois o segmento é grande empregador e se caracteriza por atividades diversificadas e regionalizadas. Por isso, disse ele, a meta do ministério é estimular as vendas externas do setor para que a balança comercial não fique só na dependência das grandes empresas.
Miguel Jorge participou da abertura do 3º Workshop de Alinhamento Estratégico da Apex-Brasil, que reúne até esta sexta-feira, em Brasília, representantes de 64 entidades do setor produtivo e de órgãos do governo, para discutir os projetos de exportação.
A Apex-Brasil implementa atualmente 64 projetos que atendem a 4.438 empresas de 728 municípios, em parceria com entidades setoriais. No ano passado, 203 dessas firmas exportaram pela primeira vez.
O Estado de São Paulo concentra 38% das empresas, seguido do Rio Grande do Sul, com 17%, e Minas Gerais, com 11%. A Apex-Brasil dá apoio aos ramos do agronegócio, habitação e construção civil, entretenimento e serviços, máquinas e equipamentos, moda, tecnologia e saúde.
Segundo o presidente da Apex-Brasil, Alessandro Teixeira, a revisão da meta de exportações do país de US$ 170 bilhões para US$ 190 bilhões, anunciada recentemente pelo ministério, deve-se em grande parte ao trabalho de promoção da agência com as empresas.
A Apex procura despertar o interesse dos empresários para mercados potenciais, como a China. Teixeira destaca que o país só conseguirá vender se apresentar produtos diferenciados.
Miguel Jorge ressaltou que, entre mais de 600 produtos que a China compra no mercado internacional, o Brasil tem condições de fornecer 147 itens. Ele acredita que, até 2010, o Brasil poderá vender para os chineses até US$ 30 bilhões anuais, em produtos diversos.
Já Teixeira estima que, depois de investir R$ 200 milhões em promoção comercial com foco nas exportações, o país obteve um acréscimo de R$ 10 bilhões na balança comercial, o que se deve à conscientização dos empresários de que exportar é um bom negócio.
Teixeira recomenda que os exportadores participem de feiras e exposições no exterior para se inteirar sobre a qualidade e as possibilidades de aceitação ou desenvolvimento de seus produtos.

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