Para dar certo, programa precisa de um coordenador forte, dizem líderes
O Estado de São Paulo / Cleide Silva
12/05/2008
Ainda um pouco desconfiado, o setor empresarial espera que, desta vez, o Brasil tenha uma política industrial eficaz. A dúvida é sobre o alcance da desoneração tributária e a coordenação do projeto. Teme-se a repetição do que ocorreu na primeira fase, lançada em 2004, quando houve resistências das próprias esferas governamentais.Também há uma mágoa em relação à maneira como foi formatada. "O certo seria um envolvimento maior da classe produtora nas discussões, de forma mais transparente, mas não houve essa abertura", reclama o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. "Se a política for boa, vamos aplaudir; se tiver algum problema, vamos sugerir mudanças."Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, "as linhas básicas de desoneração de investimentos, apoio à exportação e metas para pesquisa e desenvolvimento são relevantes".O caráter mais horizontal da política também é elogiado. Um dos desafios é articular as políticas industrial e macroeconômica. "É preciso ter um coordenador forte para o programa", afirma ele, que pede a volta do conselho criado quando Luiz Furlan era ministro do Desenvolvimento.Skaf acredita que, se as medidas forem eficazes, o País receberá novos investimentos externos e evitará a saída de recursos. "Muitas empresas estão investindo no exterior porque encontram maior competitividade lá fora." O investidor busca segurança, agilidade, pouca burocracia, desoneração tributária e infra-estrutura adequada.Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), diz que, ao reforçar a competitividade, o País receberá aporte além do já anunciado. Este ano, as montadoras investirão US$ 4,9 bilhões em capacidade produtiva.Com o montante, a capacidade das fábricas passará de 3,5 milhões de veículos para 3,85 milhões este ano. Em 2009, chegará a 4 milhões. O ministro Miguel Jorge tem dito que um dos objetivos da política industrial é chegar a 5 milhões de carros.Julio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Iedi, acha importante definir a dosagem dos investimentos. "Setores mais acossados pela concorrência chinesa, como o têxtil, devem receber dosagem de inovação. Para os que estão crescendo, a dosagem é o incentivo ao investimento e, para setores como o de celulose, é o aumento da exportação."
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segunda-feira, 12 de maio de 2008
Empresário fica em dúvida sobre eficácia
Publicado por Agência de Notícias às 12.5.08
Marcadores: Tributária
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