quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Brasil vai iniciar produção de urânio enriquecido em escala industrial

Valor Online
14/01/2009
A empresa estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vai fabricar urânio enriquecido em Resende, no sudoeste fluminense, a partir do próximo mês. Até o final do ano a produção deve chegar 12 toneladas da matéria-prima do combustível utilizado em usinas nucleares. A expectativa da INB é produzir, até 2012, todo urânio enriquecido utilizado na usina nuclear de Angra 1 e 20% para Angra 2.
As informações são do diretor de Produção do Combustível Nuclear da INB, Samuel Fayad Filho, que considera ao processo nacional de enriquecimento de urânio "um salto".
"O grande avanço é que no futuro nós não vamos depender de serviços externos para uma tecnologia importante. Não teremos nenhum problema de alguém fechar a válvula do gás", disse o diretor se referindo ao episódio do corte de fornecimento de gás Gazprom da Rússia para a Ucrânia e demais países da Europa ocorrido na semana passada.
De acordo com Fayad Filho, a produção nacional de urânio enriquecido vai trazer ao Brasil uma economia de US$ 25 milhões, o correspondente ao que o país gasta para enriquecer o mineral no exterior. Até agora, o Brasil tinha o minério, mas por não dominar o processo de enriquecimento exportava o material bruto e comprava de um consórcio de empresas européias o urânio enriquecido.
A tecnologia para o enriquecimento de urânio foi desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). O país será o nono a dominar o processo de enriquecimento do mineral.

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