quarta-feira, 11 de março de 2009

Brasil ganha destaque no mercado automobilístico

País ultrapassa França, Itália e Reino Unido e torna-se 6º maior produtor de veículos.
Revista Fator
11/03/2009
Depois de passar por um susto na segunda metade de 2008, quando as vendas despencaram e as montadoras acumulavam estoques, a indústria automobilística nacional começa agora a apresentar os primeiros sinais de recuperação. Só nos primeiros 16 dias úteis de fevereiro, o total de licenciamentos realizados registrou volume médio 1,33% maior do que o mesmo período de 2008 – 10.711 unidades por dia ante 10.570 registradas no período anterior.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), ainda não formulou projeções para 2009, em decorrência da crise financeira que atingiu o mercado de veículos ao redor do mundo, mas, de acordo com as metas estabelecidas antes da turbulência global e com os investimentos em curso, as perspectivas são positivas. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, poderemos chegar em 2012, 2013 ou ainda 2014 a uma produção de 5 milhões de veículos, destinando 4 milhões deles para o mercado interno e 1 milhão de unidades para o externo.
O aquecimento da economia no início de 2008 não só impulsionou um fechamento bastante satisfatório para o setor, como fez o Brasil ganhar posição ainda mais prestigiada como fabricante e consumidor, pelo potencial mercado interno de veículos. Segundo a Anfavea, o setor registrou crescimento de 8% em relação à 2007, produzindo 3,21 milhões de veículos, ante 2,98 milhões no ano anterior. A produção nacional chegou a 2,82 milhões e o segmento saltou da 7ª para a 6ª posição entre os maiores do mundo, ficando atrás do Japão, Estados Unidos, China, Alemanha e Coréia do Sul.
O mercado interno também avançou e se mostra um terreno fértil para investimentos nos próximos anos, passando de 8º para 5º maior do mundo. De acordo com a assessoria de imprensa da Anfavea, o Brasil ingressou no rol seleto dos maiores produtores e consumidores da indústria automobilística, em razão dos elevados investimentos feitos no setor e da presença dos maiores fabricantes de veículos mundiais no País, com atividade industrial.
Para atender a este volume de produção, o parque fabril nacional está sempre se atualizando. E, segundo a Anfavea, apresenta hoje um nível tecnológico e de ‘design’ que está entre as melhores indústrias do gênero. O setor também está envolvido em um processo de constante evolução, focado na ampliação da capacidade de produção, elevação tecnológica, lançamento de novos produtos que atendam a consumidores exigentes.
Entre os anos de 1994 e 2007 o Brasil recebeu US$ 38,5 bilhões em investimentos de fabricantes de veículos e autopeças, o que proporcionou uma expansão da capacidade de produção de veículos para 3,85 milhões de unidades ao ano. Conforme projeta a Anfavea, entre 2008 e 2013 os investimentos devem ficar em torno de US$ 21 bilhões.
A entidade acredita que o Brasil confirma a máxima de que não há país que seja um grande produtor de veículos se não tiver uma ampla demanda. Segundo informações da assessoria de imprensa, as tendências são de que a produção no País tenha foco predominante no mercado interno, utilizando a importação como complemento dos produtos que o Brasil não oferece em escala viável para produção. Segundo a Anfavea, este perfil é possível graças à alta capacitação do segmento nacional que conta com as principais montadoras mundiais, ampla gama de produtos, domínio da técnica de produção de veículos a álcool e bons profissionais de engenharia e design.
A associação antecipa que a tendência do mercado é priorizar veículos mais econômicos e menos agressivos ao meio ambiente. Os carros que ganharão espaço nos próximos anos devem ser econômicos em termos de combustível, ter durabilidade, poder rodar com biocombustíveis – no nosso caso o etanol para o qual temos o veículo flex fuel, capaz de circular com qualquer mistura de gasolina e álcool – e ser amigáveis em relação ao meio ambiente. A era das “carroças” parece definitivamente ter ficado para trás.

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