quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Brasil e Argentina podem ter forte incremento do comércio

Invertia / Denise Campos de Toledo

20/11/2007

Brasil e Argentina podem ter um forte incremento do comércio bilateral nos próximos anos. Pelo menos, por enquanto, a presidente eleita dos argentinos, Cristina Kirchner, tem cumprido as promessas de campanha - já visitou o Brasil duas vezes e as propostas que tem apresentado são no sentido de um estreitamento das relações entre os dois países.

Alguns fatores, no entanto, podem atrapalhar essa perspectivas. As próprias condições da economia local. Para fazer frente a problemas como inflação poderão ser promovidas mudanças na gestão da política econômica, que poderiam ter implicações no comércio exterior.

Já há questões específicas da Argentina, que tendem a manter algumas áreas de atrito, como o trigo, com as restrições à exportações, que têm agora tributação maior; e os frigorícos - empresas brasileiras que investiram na área, lá na Argentina, podem enfrentar condições menos favoráveis que as estabelecidas para os frigoríficos com capital 100% nacional.

Por outro lado, os dois países enfrentam problemas energéticos. Estão na dependência do gás boliviano. Situação que deve permanecer nos próximos anos. Vão depender da "boa vontade" de Evo Morales e, indiretamente, do apoio de Hugo Chaves, da Venezuela, que nem sempre trabalha com propostas que viabilizam um aprofundamento das relações comerciais na região.

De qualquer modo, a expansão do comércio entre os dois países deve prosseguir, assim como os saldos positivos do Brasil em relação á Argentina. A virada começou em 2004 e nos últimos anos, os resultados têm sido sempre favoráveis ás exportações brasileiras. Já que o Brasil compra, principalmente, materiais-primas e vende produtos acabados, com maior valor agregado. Situação que não se reverte de uma hora para outra. Só neste ano, o superávit já está por volta dos US$ 3 bilhões.

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