Rodrigo Postigo
22/11/2007
Por 44 votos a favor e 17 contra, o parecer do deputado Paulo Maluf (PP-SP), que defende a entrada da Venezuela no Mercosul, foi aprovado nesta quarta-feira na Comissão da Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O projeto, que ainda precisa ser votado no Plenário, teve o apoio da base aliada.
O líder do governo, José Múcio (PTB-PE), participou ativamente das quase cinco horas de negociações para conseguir que o texto fosse aprovado. Ele insistiu na importância de separar o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, da necessidade econômica de integrar o país ao bloco.
"Deixamos aqui para o segundo plano as ligações comerciais, culturais entre os países (Brasil e Venezuela), mas não podemos esquecer que a Venezuela é o nosso terceiro maior parceiro comercial", disse.
O governo contou com apoio ainda da bancada do Psol. "Com todos os países somos tolerantes, por que seriamos intolerantes com a Venezuela? A adesão interessa ao Brasil, a Venezuela e aos dois povos", disse o deputado Ivan Valente (Psol-SP).
O PMDB, que ameaçou pedir vista do parecer, mudou de idéia e também votou pela entrada da Venezuela no bloco. "Somos favoráveis, mas sem deixar de nos manifestarmos pela concordância com Chavez, seus métodos e suas falácias", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A oposição foi derrotada, já que havia fechado questão contrária a entrada da Venezuela no Mercosul. O deputado Antonio Carlos Magalhães (Democratas-BA), criticou a aprovação. Em sua opinião, um país anti-democrático, como o comandado por Chavez, não poderia fazer parte do bloco.
"É impossível separarmos o presidente do país. Impossível fecharmos os olhos para a ditadura instalada na Venezuela, mas a votação ainda vai para o Plenário", lembrou o deputado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário