segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Economia aquecida puxa recorde no consumo de energia no Brasil

Reuters / Denise Luna

26/11/1007

O consumo de energia no Brasil atingiu volume recorde no acumulado de 12 meses até o final de outubro, devido ao aumento da demanda por parte do setor industrial e do comércio, informou nesta sexta-feira a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

De acordo com relatório divulgado pela EPE, o consumo no acumulado de 12 meses até outubro obteve um acréscimo de 17,8 mil gigawatts em relação a igual período de 2006, pulando para 372.960 gigawatts/hora, uma alta de 5 por cento.

"Isso mostra uma mudança de patamar no Brasil... é o maior volume de energia consumido dentro da série histórica", disse a jornalistas o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim.

A entidade informou que o consumo de energia no Brasil apenas no mês de outubro ficou 6 por cento acima do verificado em outubro de 2006, em um volume de 32.087 gigawatts/hora.

"Esse crescimento é positivo, se não houvesse aumento é porque estaríamos em recessão", avaliou, rebatendo preocupações com o risco de racionamento se o consumo continuar alto.

"Não há problema de desabastecimento, as distribuidoras estão com energia contratada até 2012, mas vamos fazer mais dois leilões para ajustes de oferta em 2011 e 2012, não vai faltar energia", disse o executivo.

A região Centro-Oeste, movida pela agroindústria, teve uma das maiores mudanças de patamar, segundo levantamento da EPE. Em outubro de 2006 o consumo havia crescido 2,5 por cento em relação ao mesmo período de 2005, enquanto este ano registra acréscimo de 6,3 por cento na comparação anual.

Na mesma comparação, o consumo no Sudeste, responsável por metade da demanda por energia do país, subiu 4,7 por cento em outubro deste ano, contra alta de 3,2 por cento em outubro do ano passado em relação a 2005.

O consumo de energia pelo comércio, segundo dados da EPE de outubro, subiu 7,5 por cento em relação ao mesmo mês de 2006, enquanto as residências demandaram mais 5,7 por cento, e a indústria, responsável por quase metade da demanda total, teve alta de 5 por cento.

Tolmasquim destacou a perspectiva de aumento da autoprodução de energia, que em outubro correspondia a 8 por cento do total consumido, ou 16 por cento do consumo industrial. Em dez anos, estimou o executivo, a geração própria deve representar 13 por cento do total ou 27 por cento do consumo industrial.

"A autoprodução vai crescer principalmente nos setores de siderurgia, papel celulose, petroquímica e sucroalcooleiro", estimou Tolmasquim.

De janeiro a outubro, o consumo de energia no país foi de 311.108 GWh, ou 5,2 por cento a mais do que os 295.676 GWh registrados em 2006.

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