sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Economista do BM defende integração da América Latina contra crise

EFE
05/12/2008
Os países em desenvolvimento devem responder à crise financeira com uma maior integração, pois "as nações integradas se recuperam mais rápido que as isoladas", afirmou hoje um porta-voz do Banco Mundial (BM) durante um fórum realizado em Brasília.
Truman Packard, economista do organismo, disse que, durante as crises da década de 1990, os países do sudeste asiático deram margem ao crescimento graças à sua integração na economia global, que permitiu que amortizassem os impactos das turbulências financeiras.
Como contrapartida, citou os casos dos Estados Unidos e da Europa após a "Grande Depressão" da década de 1930, e afirmou que os dois sofreram os efeitos durante anos devido à falta de uma maior integração.
Packard participou de um seminário sobre políticas regionais no marco do Mercosul - bloco formado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai - e recomendou a estas nações que impeçam as tentações do protecionismo em tempo de crise e mantenham a aposta na integração.
"A tendência através da história é que as nações mais integradas se recuperam mais rápido" das crises, afirmou.
O funcionário do BM admitiu, no entanto, que na América do Sul se acumula um longo "histórico de fracassos" em matéria de integração, que atribuiu em parte à falta de infra-estruturas que facilitem o comércio regional.
Segundo Packard, é preciso potenciar o que qualificou de "fator geográfico" da integração e manter o olhar no longo prazo, apesar das dificuldades impostas pelo momento atual.
O economista do BM afirmou que a mobilidade de pessoas e mercadorias deve ser a "pedra angular" de todo o processo de integração econômica e a base de uma "globalização sustentada e com inclusão".
Nesse sentido, também se mostrou favorável às migrações, tanto locais como internacionais, pois "ajudam o desenvolvimento" das nações e dos próprios indivíduos, indicou.
No entanto, ressaltou que as migrações não podem ser causadas por falta de emprego ou de serviços básicos, como ocorre na maioria dos países latino-americanos, mas pelo desejo de indivíduos qualificados que buscam "progresso econômico".
"As migrações podem ser benéficas aos indivíduos, mas o importante é que sejam benéficas às sociedades", indicou o funcionário do Banco Mundial.

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