Gazeta Mercantil / Marcelo Monteiro
20/06/2008
Para que não se torne apenas um discurso de marketing, a sustentabilidade deve ser uma bandeira defendida pelos altos escalões corporativos. Essa foi uma das conclusões da II Mostra de Responsabilidade Socioambiental da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), realizada ontem pela manhã, na sede da entidade, na capital paulista.
Conforme a diretora do comitê de responsabilidade socioambiental da Fiesp, Eliane Belfort, para que a prática da sustentabilidade seja algo real e funcional nas corporações, a iniciativa precisa partir da cúpula. "É importante que estas ações se iniciem nos dirigentes das empresas e que eles se mobilizem para passar esses valores aos colaboradores", afirma Eliane.
A mostra contou com a participação de executivos ligados a grandes corporações, como os presidentes da Eletrobrás, Miguel Colasuono, da Carbocloro, Mario Antonio Carneiro Cilento, da Leo Madeiras, Hélio Seibel, e da Drywash, Lito Rodrigues. O objetivo do evento era firmar o compromisso da indústria com a causa socioambiental. "Esperamos que outras empresas se sintam estimuladas e que isso gere uma concorrência do bem, para ver quem faz melhor", disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaff.
Com encontros deste gênero, a entidade pretende estimular as corporações a buscarem produtos e soluções lucrativas e, ao mesmo tempo, baseadas no respeito às pessoas e ao ambiente. Visando inspirar outras empresas a desenvolverem soluções inovadoras, a mostra contou com a apresentação de "cases" de sustentabilidade.
Uma das idéias foi o sistema de lavagem veicular desenvolvido pela DryWash. Ao deparar com uma dificuldade - como trabalhar em garagens de condomínios, sem disponibilidade de água? -, o presidente da empresa acabou dando início a uma revolução no setor. Nascia o sistema drywash, baseado na higienização a seco, apenas com produtos químicos. "Eu tinha um problema para resolver, e também estava consciente de que a água é um recurso natural escasso", conta Lito Rodrigues. "Surgiu então o desejo de desenvolver um sistema de limpeza a seco."
Com a patente do sistema registrada, a empresa ganhou um braço industrial, responsável pelo desenvolvimento de produtos para os lava-rápidos. Atualmente, além de 60 lojas com a bandeira Drywash, outros 400 estabelecimentos estão implementando o sistema no País. "Estamos trabalhando para substituir os produtos químicos por alternativas orgânicas, e continuamos focados no desenvolvimento de pessoas", garante Rodrigues.
Outro case apresentado na mostra foi o Programa Escola de Marcenaria Moderna, desenvolvido pelo Instituto Leo Madeiras, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A entidade, que capacita jovens conforme as exigências do mercado internacional, oferece cursos profissionalizantes, com disciplinas que visam, mais do que preparar marceneiros, formar cidadãos.
Dono da única revenda de madeira certificada do País, Hélio Seibel diz que seu filho é o seu maior stakeholder (termo do mundo da sustentabilidade que designa um público estratégico de uma organização). E a cobrança que sofre em casa é um motivo a mais para que ele procure, à testa da Leo Madeiras, contribuir para a sustentabilidade. "Sofro uma enorme pressão em casa. Meu filho um dia questionou por que eu destruía a natureza", brinca Seibel. "Fazer com que os princípios da sustentabilidade sejam passados à comunidade e se tornem parte da vida e do pensamento das pessoas é um dos objetivos sociais da empresa", conclui.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Consciência da sustentabilidade começa no topo da organização
Publicado por Agência de Notícias às 20.6.08
Marcadores: Economia, Governança
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