Agência Brasil
22/08/2008
O ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e atual conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais Roberto Teixeira da Costa afirmou nesta quinta-feira que o processo de internacionalização das empresas brasileiras é irreversível e constitui uma exigência da globalização.
"Nos últimos dez anos, essa talvez tenha sido uma das modificações mais marcantes no contexto empresarial brasileiro", disse ele, em entrevista, depois de participar do 20º Congresso da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), no Rio de Janeiro.
Segundo Costa, a globalização obrigou algumas empresas brasileiras de grande porte a olhar não apenas o mercado local, mas também o internacional. "Quando o mercado se globaliza, surge um fator novo, que é a produção em escala, e mesmo um produtor eficiente tem que aumentar substancialmente sua escala para ser competitivo".
Costa disse que a empresa que busca o exterior tem de apresentar vantagens comparativas e competitivas e passar por um processo cultural de adaptação e ajustamento aos países onde vai operar. A entrada no mercado externo, explicou, pode ocorrer de várias formas, como abertura de uma filial no exterior, compra de uma empresa ou estabelecimento de parcerias.
Ele apontou o fator cambial como um dos motivos que despertaram o interesse de algumas companhias pelo mercado externo. "Elas (empresas) poderiam fazer investimentos com taxa de conversão bastante favorável para investimentos no exterior. O real está bem valorizado, o que estimulou a participação das empresas no exterior".
De acordo com Costa, que foi o primeiro presidente da CVM, há ganhos também no processo de governança corporativa, porque a empresa aprende técnicas de operação no exterior e se familiariza com o cenário externo. Tudo isso, disse ele, levou o empresariado brasileiro a mudar de atitude.
Ele rebateu críticas ao processo de internacionalização das empresas brasileiras, afirmando que o fato de investirem no exterior não exclui o investimento no Brasil. "Isso é um falso dilema." Sobre a perda de postos de trabalho com a internacionalização.
Costa admitiu que isso pode ocorrer no início do processo, mas ressaltou que mais tarde haverá benefícios e o País sairá ganhando. "Isso vai gerar divisas para o País".
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Ex-CVM defende internacionalização de empresas do País
Publicado por Agência de Notícias às 22.8.08
Marcadores: Economia, Governança
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