EFE
02/10/2008
O Senado dos Estados Unidos aprovou hoje o pacote do Governo para salvar a economia, que prevê gastos de até US$ 700 bilhões e uma série de medidas para facilitar sua aceitação na Câmara de Representantes.
O plano de resgate ao sistema financeiro foi aprovado pelos senadores americanos, entre eles os candidatos à Casa Branca Barack Obama e John McCain, com 74 votos a favor e 25 contra.
Em comunicado, o presidente George W. Bush elogiou a aprovação do controvertido plano, qualificado por ele como "fundamental para a segurança financeira de todo americano".
Segundo Bush, a medida facilitará o acesso ao crédito para a pequena empresa, as famílias e os Governos locais e estaduais.
O presidente também demonstrou sua esperança de que o projeto seja aprovado pela Câmara de Representantes.
"O povo americano espera, e assim exige nossa economia, que a Câmara aprove este bom projeto de lei e o envie a meu escritório", afirmou.
A Câmara de Representantes, que na segunda-feira rejeitou a versão original da medida por 228 votos contra e 205 a favor, deve votar novamente o plano nesta sexta-feira.
No entanto, ainda não está claro se o plano conseguirá os 218 votos necessários para sua aprovação, já que alguns democratas conservadores, preocupados com o alto déficit, querem explicações sobre como serão financiados alguns dos cortes tributários.
A meta é persuadir os 133 republicanos que fizeram com que a medida naufragasse na segunda-feira. Pelo menos 12 legisladores teriam de mudar para o "sim" em relação à votação anterior.
Entre os senadores que apoiaram o projeto também estão o companheiro de chapa de Obama, Joe Biden, e Hillary Clinton. O também democrata Ted Kennedy, que tem um câncer no cérebro, não participou da votação.
Durante o debate sobre o pacote, que começou por volta das 16h30 (de Brasília), os legisladores frisaram que a rejeição ao texto em momento como o atual agravaria a situação das empresas e dos consumidores, que já enfrentam dificuldade na obtenção de crédito.
"Estamos em uma situação muito perigosa, na qual as instituições financeiras em todo o país estão com medo de emprestar dinheiro (...) Isso significa que se não atuarmos será mais difícil para os americanos" obterem empréstimos, declarou Obama horas antes da votação.
"Pode ser que vejamos o fechamento de milhares de empresas e a perda de milhões de empregos, o que seria seguido por uma longa e dolorosa recessão. Em outras palavras, esta não é só uma crise de Wall Street, é uma crise americana", advertiu o senador por Illinois.
Para facilitar a aprovação do plano de resgate na câmara baixa, o Senado incluiu nele cortes em impostos e mais garantias aos depósitos dos contribuintes.
Com todos os adendos, aceitos pelos senadores contra sua vontade, o número de páginas da "Lei de Estabilização Econômica de Emergência de 2008" passou de 102 para 451.
Mas o eixo central do acordo continua prevendo gastos de até US$ 700 bilhões para a compra de títulos podres em poder dos bancos.
Desse total, US$ 250 bilhões serão liberados imediatamente, e outros US$ 100 bilhões só se o presidente George W. Bush achar necessário. Por sua vez, o Congresso pode reter os US$ 350 bilhões restantes caso não fique contente com o desempenho do programa.
Além disso, a lei eleva de US$ 100 mil para US$ 250 mil o valor dos depósitos garantidos pelo Governo.
Os senadores reconheceram que a versão aprovada hoje não é perfeita, mas pelo menos oferece garantias aos contribuintes.
O senador republicano Mel Martínez, que votou a favor do pacote, afirmou que até janeiro, quando começa o novo período legislativo, já terá passado tempo o suficiente para avaliar a crise e debater uma eventual reforma regulatória no setor financeiro.
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