terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Financiamento é um dos maiores desafios da América Latina, diz BID

Efe
13/01/2009
O acesso a financiamento é um dos maiores desafios da América Latina este ano, disse nesta segunda-feira (12) o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno, que afirmou que o banco prevê conceder entre US$ 16 bilhões e US$ 18 bilhões em créditos.
Na 27ª Cátedra das Américas da OEA (Organização dos Estados Americanos), Moreno explicou que tradicionalmente o BID concedeu créditos no valor de US$ 7 bilhões, mas, frente à crise econômica, o valor já não será suficiente e será elevado substancialmente em 2009.
O titular do BID destacou que a crise financeira "afetará sem dúvida a qualidade de vida" dos países da região no curto prazo devido ao impacto que terá sobre o emprego e a pobreza, mas também representa uma oportunidade a longo prazo para garantir um crescimento econômico e social sustentável.
Moreno destacou que, apesar de a região não conseguir evitar os efeitos da crise, existem dois fatores que ajudarão a superar melhor o buraco que em ocasiões anteriores.
O presidente do BID se referiu ao fato de que a América Latina, ao contrário de outras regiões, não originou desta vez a crise, e explicou que está melhor preparada para suportar o impacto da desfavorável conjuntura financeira nos números macroeconômicos e sociais.
Ele destacou que a região, que passou por 31 crise bancárias nos últimos 25 anos, "aprendeu com o passado". A América Latina registrou um crescimento anual de 5,5% nos últimos cinco anos, taxas de inflação relativamente baixas, e conseguiu reduzir os níveis de pobreza e fortalecer suas democracias.
O impacto da crise na América Latina, que registrará um crescimento de entre 1,9% e 2% este ano, segundo Moreno, dependerá principalmente da estrutura de comércio exterior e de receita fiscal que os países tiverem e do acesso aos mercados internacionais de crédito.
O principal responsável do BID advertiu de que as políticas econômicas expansivas aplicadas pelos governos para resistir à crise "podem derivar em inflações mais altas que as dos últimos cinco anos, quando foi de um só dígito".
Moreno também ressaltou que, neste contexto de desaceleração econômica, marcado pelas quedas nos preços das matérias-primas e o difícil acesso a capital, "é fundamental que as políticas não conduzam a medidas protecionistas".
Para o presidente do BID, as respostas de políticas públicas aos desafios a curto prazo representam ainda uma oportunidade para o futuro dos países da região. Ele citou o investimento em educação, a diversificação das fontes energéticas, entre outras áreas e, sobretudo, a promoção de obras públicas como fatores que podem ter um efeito positivo a longo prazo.

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