Exportações caíram 47,7% em relação a igual mês de 2008, mantendo tendência negativa iniciada no ano passado
Agência Estado / Marina Guimarães
04/03/2009
As exportações do Brasil para a Argentina mantiveram em fevereiro a tendência negativa iniciada no ano passado e caíram 47,7% em relação a igual mês de 2008, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O retrocesso é mais que o dobro da retração que as vendas brasileiras tiveram para os demais países, de 20,9%, no mesmo período. O Brasil vendeu U$S 690 milhões ao vizinho e comprou US$ 666 milhões, deixando um déficit de US$ 24 milhões à Argentina. O número "representa um novo valor mínimo desde que a relação bilateral mostra perdas para a Argentina, há 69 meses consecutivos", conforme destaca análise da consultoria Abeceb.com.
O valor das compras argentinas de produtos brasileiros em fevereiro foi 7,3% maior que o de janeiro. Mesmo assim, os números são baixos e marcam retrocessos "registrados somente durante a crise de 2002, quando existia uma pronunciada baixa do nível de atividade econômica", como destaca a Abeceb. As menores exportações brasileiras ao mercado do principal sócio do Mercosul, segundo a consultoria, se devem à queda do ritmo da economia argentina e ao maior controle sobre as importações, mediante barreiras.
Entre os produtos responsáveis pela retração das vendas brasileiras aos argentinos estão automóveis, tratores, telefones celulares, minerais de ferro, laminados planos de ferro e aço, colheitadeiras, autopeças, polímeros de etileno e inseticidas.
A Argentina passou do segundo para o terceiro lugar no ranking dos maiores compradores do Brasil, atrás dos Estados Unidos (U$S 1,144 bilhão) e China (U$S 921 milhões). O comportamento da balança bilateral de fevereiro continua em linha com o registrado em dezembro, quando o déficit para a Argentina se reduziu de forma pronunciada. Para alegria dos argentinos, a redução mensal do déficit se repete em termos anuais, desde setembro do ano passado. "A queda do déficit se deve a uma menor corrente de comércio, que começou no último semestre de 2008", justificam os analistas da Abeceb, sem mencionar as barreiras que a Argentina impôs contra os importados brasileiros.
A queda do comércio em fevereiro foi menor que a ocorrida em janeiro, de 48,5%. Mas, apesar do forte retrocesso das importações argentinas de produtos brasileiros, os analistas observam que ainda não é possível reverter o saldo negativo acumulado nos últimos cinco anos e meio. Por outro lado, as exportações argentinas para o Brasil confirmaram a forte tendência negativa iniciada a partir de novembro de 2008 e registram uma queda anual de 41,8%.
"Entre os motivos que explicam a queda em fevereiro das exportações argentinas ao Brasil estão as menores vendas de veículos, trigo, autopeças, veículos para transporte de passageiros e óleo de petróleo (este último tanto por volume quanto pelos preços baixos)", explica a Abeceb. Também se registram retrações nas vendas de polímeros de etileno, farinha de trigo e gás de petróleo. Em fevereiro, a Argentina ficou em terceiro lugar como fornecedor do Brasil, atrás da China, que vendeu US$ 1,038 bilhão, e dos Estados Unidos, com U$S 1,530 bilhão. "Observando as taxas de variação anual, a mudança no comportamento da balança comercial a partir do mês de novembro se transforma em tendência e se aprofunda em janeiro para ambas variáveis do comércio, com as importações caindo mais depressa que as exportações. Em fevereiro, a queda de ambas as variáveis é menor que a do mês anterior, mais ainda é significativa", avalia a consultoria.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Argentina cai para 3º lugar entre maiores compradores do Brasil
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