Valor Online
07/05/2009
A recuperação da indústria em março e abril foi puxada pelos setores beneficiados pelas medidas anticrise
A recuperação da indústria brasileira em março e abril foi puxada pelos setores beneficiados pelas medidas anticrise, mas ela ainda é lenta. Os dados do IBGE relativos a março apontam uma quase estagnação da produção do setor de transformação em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal. O crescimento foi de apenas 0,06%, bastante inferior aos 0,7% de alta na indústria geral, influenciada pelo forte crescimento de 2,5% do setor extrativo.
Os dados relativos a abril apontam manutenção da trajetória de recuperação, mas sem sinais de aceleração do ritmo. Indicadores antecedentes (consumo de energia elétrica, vendas do comércio paulistano e licenciamento de veículos) mostram um abril mais fraco, em boa parte pelo menor número de dias úteis. Ao mesmo tempo, nos novos setores favorecidos por redução de impostos e linhas de crédito, as encomendas cresceram. A indústria de materiais de construção, após encerrar o primeiro trimestre em queda de 16% sobre 2008, avalia que abril pode ter resultado positivo na comparação com o mesmo mês do ano passado. No setor de eletrodomésticos, as encomendas também melhoraram.
O aumento das vendas de automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção já traz alento, também, para os fornecedores de insumos, criando um efeito positivo ao longo da cadeia de suprimentos. Em pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), todos os setores reportaram alta de vendas e de produção, com melhor desempenho dos segmentos que vendem para a indústria automobilística, construção civil e agronegócio. Na distribuição de aço, voltaram as encomendas dos fabricantes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
Os dados do IBGE e os relatos empresariais, no entanto, confirmam a forte disparidade entre os setores na atual retomada da economia brasileira. Dos 27 segmentos pesquisados pelo IBGE, só 11 cresceram em março na comparação com fevereiro, na série com ajuste sazonal. E todas as comparações sobre 2008 ainda são bastante negativas.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Incentivos puxam a lenta recuperação da indústria
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