segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ações de elétricas ganham da renda fixa, com queda da Selic

AE / Wellington Bahnemann
27/07/2009
Destaque na Bovespa em tempos de crise internacional, as elétricas ganharam este ano mais um motivo para despertar a atenção dos investidores. A queda da taxa básica de juros (Selic) para um dígito (em 8,75% ao ano) – algo impensável na história recente da economia brasileira – amplia a atratividade de ações com elevado retorno em dividendos, característica marcante do setor elétrico. Neste contexto, os papéis dessas empresas surgem como uma opção interessante para aqueles que pretendem migrar da renda fixa para a variável para compensar a perda de rentabilidade com a redução da Selic sem correr grandes riscos.
O novo cenário do juro básico brasileiro deve aumentar o apetite dos investidores pelas ações das elétricas. Projeção da pesquisa Focus da semana passada, elaborada pelo Banco Central (BC) a partir de informações de mais de 80 instituições financeiras, mostra que o mercado aposta em uma manutenção da Selic em 8,75% no fim deste ano. Várias concessionárias, porém, oferecem um retorno de dividendos (dividend yield) superior. No ano passado, por exemplo, a AES Eletropaulo PNB e a Coelce PNA proporcionaram retorno de 20,3% e 14%, respectivamente.
Mesmo neste ano, há casos de empresas que já geram retorno superior ao obtido em investimento com renda fixa. Dados do Tesouro Nacional mostram que os títulos públicos prefixados (LTN) com vencimento em outubro deste ano proporcionam uma rentabilidade de 7,24% até o dia 22 de julho. Já os títulos indexados à Selic (LFT) com vencimento em março de 2010 geraram um retorno de 5,91%. No mesmo período, a Equatorial ON teve um retorno de dividendo de 16,1%, a AES Tietê ON, 10,2%, e a AES Eletropaulo PNB, 18,8%, segundo dados da Economática. "Outra vantagem é que os dividendos são isentos do pagamento de impostos", destaca o analista para o setor elétrico do Santander Marcio Prado. Nos títulos públicos, a tributação sobre os rendimentos pode variar entre 15% e 22,5%, conforme o prazo da aplicação.

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