Executivo responsável pela área mundial de tecnologia da consultoria Everis diz que oportunidades de negócios geradas pela crise e demanda de clientes por soluções integradas impulsionam tendência.
Computerworld / Fabiana Monte
05/08/2009
O negócio entre Sun e Oracle, anunciado em abril, e o avanço da IBM sobre o mercado de Business Intelligence (BI), com a recente compra da fabricante de software SPSS, somada à aquisição, em 2008, da desenvolvedora Cognos, são o início de uma onda de fusões que deve prosseguir no mercado de tecnologia da informação (TI). A análise é do sócio e responsável mundial pela área de TI da consultoria Everis, Manuel Carlos Alcoba González.
Para o executivo, a consolidação do número de fornecedores de tecnologia ficará ainda mais intensa nos próximos anos. Um dos motivos, explica, é a crise econômica mundial - que derruba preços de empresas e se mostra como oportunidade para a realização de negócios.
Um segundo aspecto indicado por Gonzáles é a própria demanda dos clientes, que preferem e buscam por soluções integradas e mais complexas. "Eles procuram produtos bons e maduros, e não mais aqueles que têm potencial", afirma.
Os recentes anúncios do Google, que vai lançar seu sistema operacional Chrome, e da Microsoft, que apresentou sua plataforma de computação em nuvem, o Azure, são, na análise de Gonzáles, tentativas das duas empresas de oferecerem ao mercado soluções completas. "Cada uma delas têm parte das peças do quebra-cabeça [a oferta]. E as duas querem pegar todas as peças", diz.
A força do Google nesta disputa não está apenas na tecnologia que a empresa desenvolve, mas, principalmente, na atual conjuntura de mercado. A plataforma do Google baseia-se totalmente na nuvem e conectividade é realidade em todo o mundo - no Brasil são 3,6 milhões de cartões e modens de acesso 3G e outros 2,1 milhões de telefones de terceira geração, além de 10,4 milhões de acessos fixos à internet em banda larga, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). "Pode ser caro ou ruim, mas funciona. Há três anos você não tinha isso", afirma Gonzáles.
Apesar dessa conectividade ubíqua, González diz que a computação em nuvem ainda é vista como uma possibilidade fugaz pelo mercado corporativo. Isso se dá porque o cloud computing traz uma cultura muito diferente da praticada pelas empresas, que ainda adotam uma postura proprietária em relação à tecnologia. "A cultura corporativa pensa assim: eu tenho os meus sistemas. O cloud diz: meus sistemas têm outros sistemas", afirma.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Fusões no mercado de tecnologia vão se acelerar, diz especialista
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