quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Analistas prevêem menos riscos, apesar de incertezas na AL em 2008

France Presse

07/11/2007

Com economias fortalecidas, os países da América Latina poderão enfrentar sem maiores riscos os efeitos da crise do mercado de créditos imobiliários nos Estados Unidos, embora ainda se deva esperar por mais incerteza para 2008 na região, disseram analistas de investimentos, nesta terça-feira, em Miami (Flórida).

Os possíveis efeitos nas economias latino-americanas da crise dos créditos hipotecários de risco ("subprime") nos Estados Unidos foram analisados no encerramento da Assembléia Anual da Federação de Bancos Latino-Americanos (Felatan), que se reuniu durante dois dias em Miami.

"A região está mais forte, com classificações robustas", disse Mauro Leos, diretor e analista de riscos para a região da firma de serviços de investimento Moody´s.

Em conseqüência da crise financeira americana, porém, "vai haver um aumento da volatilidade na América Latina, e o impacto será sentido em todos os países, com menos crescimento e mais incerteza", considerou.

"Quando se fala de descolamento da América Latina frente a situações de crises que outras regiões vivem, não se deve perder de vista que se está em um período de mudança", completou Leos.

Segundo o analista, o subcontinente está vivendo "o princípio do fim de um período muito bom", que abrirá caminho para uma etapa de correção, com variáveis mais ajustadas à realidade. "O próximo ano será de transição e, em 2009, veremos mais claramente para onde vai a economia mundial e a latino-americana".

Para Paulo Leme, diretor de investigações de mercados emergentes da firma Goldman Sachs, "algumas economias latino-americanas serão mais atingidas (pela crise dos 'subprimes'). Em especial, as que comerciam majoritariamente com os Estados Unidos: México, América Central e Caribe".

"Outros países com comércio mais diversificado, com grande intercâmbio com a Ásia e que são fortes em 'commodities', não se verão afetados", opinou.

Para Leme, a região mantém uma boa perspectiva para 2008. "Há certa volatilidade, mas é bastante razoável. Nosso cenário principal não é de risco, como tampouco estamos prognosticando uma recessão para os EUA".

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