Rodrigo Postigo
17/12/2007
O comissário europeu de Política Econômica e Monetária, Joaquín Almunia, atribuiu neste domingo em Montevidéu o surpreendente progresso da economia mundial ao aporte dos países emergentes.
Ele advertiu, porém, sobre a necessidade de acertar na aplicação de políticas macroeconômicas para superar desajustes, derivados da volatilidade dos mercados financeiros.
"Estávamos acostumados a que as locomotivas do crescimento mundial fossem Estados Unidos, Europa e Japão. Hoje em dia, são as economias emergentes, das quais também se beneficiam os países industrializados e, desde já, a economia européia", afirmou Alumnia, após uma reunião com os ministros da Economia do Mercosul e presidentes dos bancos centrais, na ante-sala da Cúpula do bloco regional que acontece nesta segunda e terça, na capital uruguaia.
De acordo com Almunia, a economia mundial "cresce a um ritmo que não conhecíamos nos últimos 30 anos, quatro anos consecutivos em torno de 5%, graças à contribuição das economias emergentes, com seu dinamismo, capacidade de iniciativa e abertura de novas oportunidades".
Ele reconheceu, contudo, que, de Bruxelas, a União Européia visualiza uma série de tensões nos mercados financeiros, como conseqüência "dos problemas na economia americana derivados das hipotecas, uma maior volatilidade nos tipos de câmbio, o endurecimento nas condições de financiamento, o processo de alta de preços do petróleo e de outras matérias-primas", determinantes, em seu conjunto, para os índices de inflação.
Neste sentido, ele considerou essencial a instrumentação de estratégias precisas "para evitar o impacto negativo das tensões financeiras e dar solução aos desajustes da economia global".
O comissário europeu defendeu que as autoridades políticas devem acertar na implementação de políticas macroeconômicas "sãs, rigorosas e prudentes, reduzindo desequilíbrios nas contas públicas, controlando a inflação, respeitando as autoridades monetárias, e não, caindo em tentações protecionistas, mas confiando em que o aumento das trocas comerciais, de investimento e serviços, é o caminho para salvar, com êxito, os desafios".
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