sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Fim da CPMF é maior derrota do 2º mandato, diz 'Economist'

BBC Brasil

21/12/2007

A revista britânica The Economist afirma na edição publicada nesta quinta-feira que o fim da CPMF - aprovada pelo Senado brasileiro - foi a maior derrota do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em artigo chamado "O cheque volta", a revista afirma que o governo mantém uma "estranha combinação" de alta popularidade de Lula com "impotência" do governo. Para a revista, dois fatores explicam essa combinação.

Primeiro, o fato de poucos presidentes conseguirem maioria no Congresso e de que Lula precisa usar "corporativismo" para construir uma coalizão e negociar com a oposição. "Lula não faz nenhuma dessas coisas particularmente bem", afirma o artigo.

"Seu governo deu empregos demais para o próprio partido de Lula, o PT, e para o maior aliado, o PMDB, um partido gelatinoso cuja filosofia principal é rastejar em direção ao poder e depois exigir recompensas pelo seu apoio."

O segundo fator que, segundo a revista, explica a combinação de "popularidade e impotência" do governo é a expansão da economia e da arrecadação, "que faz o argumento em favor de mais impostos ficar mais difícil". Para a revista, o fim da CPMF "é uma perda, mas não é um desastre para o governo".

No entanto, a decisão poderia fazer com que investidores internacionais desistissem de elevar o grau de investimento dos papéis da dívida do Brasil.

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