quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Governo negocia para votar DRU na quarta-feira

Rodrigo Postigo

19/12/2007

A votação em segundo turno da Desvinculação das Receitas da União (DRU), considerada estratégica pelo Planalto, poderá ocorrer nesta quarta-feira dependendo das negociações entre as lideranças do governo e da oposição.

Mais cedo, uma reunião do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), com os líderes dos partidos não chegou a um acordo para a definição de uma data. Para a votação na quarta-feira é necessário suprimir os prazos regimentais, o que só pode ser feito com a concordância de todos os partidos.

"O governo respeita o resultado da votação da CPMF e está analisando o cenário e as alternativas. Como líder, eu defendo que quaisquer medidas ou ajustes sejam negociados com a base e com a oposição", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Jucá afirmou que só poderá dar uma resposta à oposição na quarta-feira, após jantar nesta noite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Conselho Político, no Palácio da Alvorada. O conselho reúne os partidos que formam a coalizão de governo.

A oposição quer garantias de que a equipe econômica não elevará impostos para suprir os R$ 40 bilhões que o caixa do governo vai deixar de arrecadar com o fim da CPMF.

"Insistir em aumento de impostos ou recriação da CPMF é molecagem, eu não negocio com governo moleque", disse a jornalistas o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AL), referindo-se a declarações do ministro (da Fazenda) Guido Mantega.

O líder do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), negou que a oposição esteja segurando a votação da DRU, que dá liberdade ao governo no uso de 20% dos recursos do Orçamento, para tentar barrar novos tributos.

"Nós não estamos chantageando ninguém, quem chantageia é o governo quando vem com essa de pacote tributário", afirmou.

A senadora Ideli Salvatti, líder do PT, ainda crê nas conversações. "Acredito no entendimento, a oposição tem que se conscientizar que o Brasil perdeu R$ 40 bilhões e vai ser necessário fazer uma recomposição", disse ela, enquanto Garibaldi afirmou que garante a votação nesta semana.
Para a aprovação, são necessários 49 votos. No primeiro turno, a proposta da DRU somou 60 votos favoráveis e 18 contrários, o que só foi possível com o apoio da oposição.

É esperado para amanhã encontro do presidente Lula com a equipe econômica para discutir as medidas pós-CPMF. O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afastaram a possibilidade de criação de um novo tributo.

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