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09/01/2008
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que, apesar da alta de tributos promovida pelo governo no início do ano, por conta do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a carga tributária terá uma redução superior a 1% do PIB neste ano. A referência feita pelo ministro é a diferença entre a desoneração de R$ 40 bilhões determinada pelo Congresso e a alta de R$ 10 bilhões relativos ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Bernardo afirmou que o governo tem a responsabilidade de manter as finanças públicas equilibradas, que têm garantido um quadro econômico positivo para o País - em 2007 o crescimento do PIB, segundo ele, foi superior a 5,2%, com expansão do comércio, dos investimentos e o menor desemprego da história. "Isso não acontece por acaso, isso reflete políticas que deram certo", disse, enfatizando que uma notícia ou a mera expectativa de que o governo estaria com as suas contas desequilibradas traria problemas.
O ministro disse ainda que a cautela se torna ainda maior em um cenário no qual o mercado internacional passa por turbulências e em que há um recrudescimento do processo inflacionário na economia interna. "O governo tem a responsabilidade de tranqüilizar os agentes econômicos. Não podemos fazer só coisas simpáticas", disse. E justificou a pressa em anunciar as medidas assim: "Entrar o ano com uma indefinição de R$ 40 bilhões, o que ia acontecer? O mercado ia jogar o juro futuro mais para cima, já ia haver especulação, o ano passado já terminou com inflação maior e, provavelmente, nós provocaríamos uma deterioração do quadro macroeconômico. Portanto, nós tínhamos que tomar medidas."
Bernardo afirmou que o governo vai mesmo fazer o corte de R$ 20 bilhões em suas despesas, mas destacou que é uma tarefa difícil. "Todo mundo acha que tem que cortar, mas no seu (setor) não", explicou. Uma perda de R$ 40 bilhões, segundo o ministro, é grande em qualquer lugar do planeta e o Congresso sabe a dimensão desse problema. De acordo com Bernardo, o Congresso também tem pressa para votar o Orçamento porque dele dependem muitos repasses de recursos para Estados e municípios.
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