segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Embraer vê expansão do setor aéreo acima da economia mundial

Invertia

04/02/2008

A Embraer acredita que o transporte aéreo continuará crescendo em ritmo superior à expansão da economia mundial e aposta que os mercados emergentes, sobretudo na Ásia, vão compensar a desaceleração nos Estados Unidos.

"Nossa visão de crescimento econômico para os próximos 10 anos para o mundo é em torno de 3% (ao ano) e para o transporte aéreo em torno de 5%", afirmou o vice-presidente de Aviação Comercial da Embraer, Mauro Kern.

Embora os pedidos de aviões nos EUA costumem ser mais vultosos, a quantidade de empresas aéreas na Ásia e Oceania - cerca de 200, segundo Kern - já faz com que a equipe de vendas da fabricante na região, incluindo China, seja maior do que em solo norte-americano.

Na China, inclusive, as grandes encomendas já são realidade, caso dos 100 jatos vendidos pela Embraer à uma das maiores empresas aéreas chinesas, em 2006.

"Hoje, o potencial de concretização de vendas e de alcance de novos clientes é maior fora dos EUA, sem dúvida."

Segundo Kern, os aviões regionais representam 11% do transporte aéreo doméstico da China, enquanto nos EUA e na Europa as aeronaves menores respondem por até 40%.

"Na Índia também está havendo um "boom de crescimento do transporte aéreo, ainda concentrado nos aviões de maior porte. Mas a demanda pelo transporte de rotas de baixa e média densidade de passageiros existe."

Os EUA, no entanto, ainda são o maior mercado de aviões regionais para a Embraer, com quase 45% dos 430 pedidos firmes por seus aviões de 70 a 110 assentos concetrados naquele país.
Kern minimiza a chance de recessão nos EUA, em meio à crise imobiliária e de crédito. Segundo ele, há um fator na indústria aérea norte-americana que tem paralisado novas encomendas, sem ligação direta com o atual momento econômico.

"Precisamos observar a eventual consolidação de empresas aéreas. Está todo mundo se segurando para ver o que vai acontecer, sem tomar decisões de renovação de frota."
Para ele, o rearranjo no setor aéreo norte-americano deve levar à aposentadoria de aviões antigos e menos eficientes.

"Pode haver algum reflexo em empresas que operam nossos aviões? Pode, a gente não pode descartar isso. Mas também pode trazer oportunidades de renovação de frota nos EUA."
Sobre o Brasil, Kern disse que a situação é peculiar, com o duopólio de TAM e Gol operando apenas aviões de grande porte.

A encomenda da BRA, por 20 aviões Embraer 195, segue ativa na carteira de pedidos da fabricante, apesar da crise que paralisou a companhia aérea em novembro.

"É possível que a empresa venha a receber novos investidores e essse negócio seja retomado lá na frente", disse ele, sem dar outros detalhes.

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