Relatório da AMR mostra que a agilidade, não a reutilização de código, é o principal benefício para usuários pioneiros
CIO / Galen Gruman
17/03/2008
O número de empresas que estão investindo na arquitetura orientada a serviços dobrou em 2007 em todas as partes do mundo. Com isso, o gasto anual médio chegou a cerca de US$ 1,4 milhão, de acordo com uma nova pesquisa realizada pela AMR Research junto a 405 empresas nos Estados Unidos, na Alemanha e na China.
Segundo o estudo, a SOA vem sendo utilizada em uma variedade de setores: 59% das empresas
de varejo empregaram SOA em pelo menos um projeto, assim como 58% dos distribuidores, 54% das empresas de telecomunicações e 42% das empresas de serviços financeiros. Aliás, são as empresas de serviços financeiros que mais gastam com SOA: 63% delas despendem acima de US$ 1 milhão. Em segundo lugar, vêm as empresas varejo: 30% desembolsam no mínimo US$1 milhão.
Estas são as boas notícias.
Os benefícios impulsionam SOA, mas a adoção ampla deve demorarAgora a má notícia. “Centenas de milhões de dólares serão investidos nestes mercados em 2008, mas grande parte será desperdiçada”, prevê Ian Findley, analista da AMR.
A pesquisa da AMR revelou que a maioria das empresas não sabe realmente por que está investindo em SOA, o que, segundo Findley, torna incerto um compromisso de longo prazo. Várias razões costumam ser mencionadas em qualquer organização, fazendo com que SOA surja como uma justificativa da moda para prioridades individuais que não são pertinentes. “As pessoas se unem mais facilmente em torno de uma coisa do que de cinco coisas”, diz Findley, ressaltando que esta falta de objetivo comum põe em cheque o ímpeto de SOA.
A pesquisa da AMR mostra a diversidade de motivações para investimentos em SOA: 16% das empresas o fazem para incorporar habilidades a uma nova área de tecnologia importante, 18% porque acreditam que SOA é a melhor maneira de satisfazer requisitos de um projeto individual, 17% a fim de reduzir os custos de TI graças à reutilização, 22% para mudar sistemas de maneira mais rápida e barata e com menos risco e 14 % para modernizar a arquitetura de sistema.
Mas Findley está preocupado que SOA talvez não vá muito além dos usuários pioneiros — sobretudo organizações de serviços financeiros, telecomunicações e governamentais, que são mais sensíveis ao valor da arquitetura e, portanto, mais dispostas a adotar SOA para obter benefícios menos quantificáveis — a menos que um conjunto de benefícios coerentes fique evidente. As empresas de varejo também são usuárias pioneiras, mas principalmente como mecanismo de integração, e não tanto para novas iniciativas, observa Findley.
“Se pudermos consolidar os benefícios-chave, outras pessoas talvez acompanhem”, afirma Findley. Considerando-se que SOA afeta várias partes de uma organização, os benefícios específicos serão diferentes para o CFO, o CIO, o desenvolvedor de software e os gerentes de unidades de negócio. “Não tem de haver um benefício comum, mas estes benefícios individuais devem ser interligados”, recomenda.
Agilidade é o verdadeiro benefício Outro risco que veio à tona na pesquisa sobre SOA é que o benefício principal prometido pelos fornecedores — reutilização de código — não seja a real vantagem que os primeiros usuários de SOA obtiveram. Muitas vezes, o código do projeto A é irrelevante para o projeto B. De acordo com Findley, este foco na reutilização pode fazer as organizações descartarem os benefícios de SOA simplesmente porque estão abordando a métrica errada.
Os usuários pioneiros descobriram um resultado mais difícil de mensurar, porém mais útil: maior agilidade. Neste contexto, “agilidade” significa poder desenvolver novos projetos mais rapidamente por ter adotado SOA como abordagem básica para TI e, em troca, permitindo que o negócio colha benefícios de suas iniciativas de TI mais depressa.
Findley explica que os projetos acontecem mais rápido não por causa da reutilização de código. A verdadeira vantagem advém da mudança de mentalidade que SOA traz para o desenvolvimento e o gerenciamento de tecnologia como um todo.
Os usuários de SOA, normalmente, vêem esta maior agilidade, independente do que os atraiu para SOA, conclui Findley. “Muito poucos decidem que não vale a pena.”
segunda-feira, 17 de março de 2008
Investimentos em SOA crescem apesar de benefícios incertos
Publicado por Agência de Notícias às 17.3.08
Marcadores: Governança
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