Levantamento com 55 nações mostra o País na 43.ª posição, seis acima da colocação obtida em 2007
O Estado de São Paulo / Jamil Chade e José Henrique Lopes
19/05/2008
Resistindo à turbulência que tomou conta do mercado internacional recentemente, o Brasil reverteu uma tendência de queda, verificada nos três últimos anos, e recuperou posições nos rankings de competitividade.
De acordo com o Anuário de Competitividade Mundial (WCY, na sigla em inglês) de 2008, produzido pelo Instituto IMD com o apoio da Fundação Dom Cabral, o Brasil subiu seis posições e alcançou a 43ª posição no ranking dos países mais competitivos do planeta. A lista conta com 55 nações.
O anuário é uma ferramenta que mede a capacidade que um país tem de oferecer às empresas um ambiente saudável de concorrência e crescimento. Para a elaboração do ranking, são levados em conta 323 indicadores. Metade deles são estatísticos e dizem respeito a índices como crescimento da economia, controle inflacionário e nível de emprego. Os outros 50% são qualitativos, calculados com base em entrevistas realizadas com empresários de cada país.
A ascensão brasileira é destacada pelo IMD, considerado a melhor escola de administração do mundo. Segundo o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, isso se deve sobretudo a fatores conjunturais, já que o Brasil conseguiu melhorar tanto em seus indicadores como na avaliação do empresariado. Internamente, o País alcançou a estabilidade econômica, conquistando a confiança e despertando o otimismo dos empresários. Na relação com o mercado internacional, soube tirar proveito de alguns fatores que lhe favoreciam, como a desvalorização do dólar, para importar mais e investir em sua capacidade produtiva, por exemplo.
Entre os fatores positivos, Stephane Garelli, professor do IMD e responsável pelo estudo, aponta a redução do déficit público e a volta dos investimentos. O IMD ainda destaca a emergência do mercado doméstico nacional. “Isso fará com que o Brasil passe a não depender inteiramente de suas exportações para se desenvolver”, diz. Mas, segundo o instituto, a resistência da economia brasileira à turbulência internacional tem sido a verdadeira “ prova de fogo” para o País.
No ranking das economias que mais resistem à turbulência, o Brasil ocupa a 9ª posição. “A resistência está sendo a prova de que a economia está sólida e de que há uma confiança dentro do País na superação das dificuldades”, afirma Garelli.
Tudo isso faz com que o setor privado brasileiro seja hoje o 29º mais competitivo do mundo, à frente de nações como França, Espanha e China. “O Brasil tem bons administradores e está aberto ao mundo. Isso faz com que o setor privado esteja mais acostumado a confrontar pressões internacionais e se adequar às novas situações”, explica o especialista.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Brasil avança em competitividade
Publicado por Agência de Notícias às 19.5.08
Marcadores: Governança
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