quarta-feira, 25 de junho de 2008

Crédito para pessoas físicas pode perder fôlego

Terra / Denise Campos de Toledo
25/06/2008
O crédito segue em expansão e pode chegar a 40% do Produto Interno Bruto (PIB) até o final do ano, mas já se nota alguma perda de fôlego do crédito para pessoas físicas.
O fenômeno pode ser o efeito do custo mais alto de algumas operações; da inflação, que reduz ou dinheiro disponível; ou até da inadimplência, que chegou ao nível mais alto desde fevereiro de 2007.
Esses movimentos podem se intensificar nos próximos meses, pela combinação de juros e inflação em alta. Houve elevação dos juros até no financiamento de veículos, que é um dos mais baratos.
O mercado está se ajustando à alta da taxa básica e à perspectiva de que suba mais até o final do ano, bem como outras modalidades de crédito, como o cheque especial, que nunca saiu do topo dos empréstimos mais caros, mas agora estão no nível mais alto desde 2003.
A inadimplência não é bem vinda, mas a desaceleração do crédito, especialmente das pessoas físicas, é um dos objetivo do Banco Central, com a elevação da taxa básica. A intenção é esfriar um pouco o crédito, o consumo e, conseqüentemente, as pressões inflacionárias.
É certo que há outras pressões de preços mais fortes do que as decorrentes da demanda e os grandes vilões da inflação ainda são os preços das commodities e produtos com cotação internacional, como os alimentos.
Mas, pontualmente, já se percebe alguma pressão também proveniente do consumo aquecido. Por aí, o Banco central pretende agir para evitar uma contaminação maior, através do aperto monetário.
Na prática, até a inflação mais alta pode colaborar nesses sentido, na medida em que reduz a renda disponível para o consumo e o pagamento de dívidas.

Nenhum comentário: