sexta-feira, 13 de junho de 2008

Transparência gera redução tributária, diz Fiesp

InvestNews / Vanessa Stecanella
13/06/2008
Soluções e problemas ligados a carga tributária tomaram conta da primeira rodada de discussões no Congresso da Indústria 2008, realizado hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, somente quando houver transparência a ponto do contribuinte ter consciência de quanto realmente paga em impostos será possível reduzir a carga imposta pelo governo.
´Quando houver transparência e o contribuinte souber que ao invés de pagar 30% de impostos ele paga 50%, quero ver governador dizer que é contra a reforma. Nós precisamos é de caráter. Eu duvido que haverá tantos corajosos dizendo que são contra a reforma tributária´, disse Skaf, se referindo a contrariedade dos governadores de estados brasileiros com relação à aprovação da reforma tributária.
Em pesquisa realizada pela Fiesp, 83% dos consultados não tem idéia de quanto paga de impostos. Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, Paulo Francini, 55% da conta de energia elétrica é imposto e 46% do preço de um automóvel corresponde a tributos. ´Se o consumidor soubesse quanto realmente paga de impostos teria condições de brigar por melhores preços, ou seja, a transparência tributária acarreta em uma redução de impostos´, afirmou o diretor.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que o governo federal é ciente da necessidade da transparência mas, no momento, acredita que a reforma acabe gerando a necessidade de calibrar impostos, o que pode trazer dificuldade para regulamentações. ´Nós vamos abrir uma enorme discussão sobre o tema, mas ainda não é o momento´, disse Appy.
No entanto, o relator da reforma tributária, deputado Sandro Mabel (PR-GO), defende que a mudança não pode esperar. ´Municípios e estados estão querendo arrecadar mais, mas nós não vamos querer isso. Ou faremos o que está proposto, ou o que acontece a 20 anos: a reforma não sairá do papel´.
O deputado se comprometeu em fazer uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para mudar o sistema tributário e destacou, mais uma vez, que 27 estados e o governo federal são contra essa alteração. ´A reforma não baixa a carga tributária num primeiro momento. Mas cria base para proporcionar uma redução no médio-longo prazo. Por isso a mudança da constituição é importante´, ressaltou Mabel.

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