Terra / Denise Campos de Toledo
23/07/2008
O momento atual é dos mais adequados para se tentar um avanço na rodada de Doha, programa de estímulo às exportações dos países em desenvolvimento, travada há vários anos pela pouca disposição das economias mais desenvolvidas em abrir mão de subsídios e outras medidas protecionistas.
Com a disparada dos preços dos alimentos e a preocupação que vem causando pelo mundo, fica evidente a necessidade de se repensar relações de produção e comercialização para ampliar a oferta, de forma a combater a elevação de preços e problemas dramáticos do ponto de vista social.
Com a disparada dos preços, os países mais ricos podem se sentir até confortáveis para manter os subsídios, já que há uma redução natural dos gastos nesse sentido. Com as cotações elevadas no mercado internacional, têm de subsidiar menos os preços das produções locais.
Só que os custos estão subindo e a inflação compromete a estabilidade de qualquer país, influencia a política de juros e a atividade econômica.
Portanto, com a mobilização maior que já se nota na busca por soluções, avançar com as negociações em torno da Rodada de Doha pode ser um caminho.
Já surgem propostas mais concretas. Os Estados Unidos já fizeram a oferta de reduzir subsídios em US$ 15 bilhões. O Brasil ainda quer mais, mas já começa a admitir a proposta, o que é um bom sinal rumo ao entendimento.
É preciso ver como ficam as exigência do lado das concessões que as economias mais desenvolvidas também vinham fazendo. Os EUA querem maior abertura de mercados como o Brasil para vários outros setores, o que pode gerar novas situações desfavoráveis.
A indústria brasileira. por exemplo, já enfrenta perda de competitividade por conta do câmbio. Uma abertura maior do mercado local, certamente, traria maiores dificuldades.
Mas as negociações prosseguem e ainda podem levar a um entendimento favorável, não só do ponto de vista do combate à fome e à inflação, mas também para a expansão dos mercados e aumento do espaço para a colocação dos produtos brasileiros.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Momento é adequado para avanço no acordo de Doha
Publicado por Agência de Notícias às 23.7.08
Marcadores: Economia, Tributária
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