quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Infra-estrutura é crítica para expansão das exportações

Gazeta Mercantil/Caderno A / Jaime Soares de Assis
20/08/2008
A eliminação de gargalos na infra-estrutura e a redução nos custos de transporte internos teriam maior impacto para aumentar a competitividade brasileira nas operações de comércio exterior do que qualquer acordo internacional. Estudos desenvolvidos pelo Centro de Excelência em Logística e Cadeias de Abastecimento da Fundação Getulio Vargas e levantamentos realizados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) convergem para o mesmo ponto. A eliminação de gargalos internos aparece como elemento mais importante para os exportadores do que as barreiras não-alfandegárias e os acordos multilaterais.
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria junto a 855 empresas exportadoras, a maioria (82,2%) aponta a taxa de câmbio como um entrave importante para as exportações, seguido dos custos portuários (41,5%), burocracia (38,7%), custo do frete (34,7%), além de custos tributários e dificuldade de ressarcimento de créditos (28,8%). Segundo Sandra Rios, consultora da CNI, as barreiras tarifárias constituem itens pouco relevantes para os exportadores. Ela explica que isto ocorre porque as vantagens obtidas em acordos fechados em foros multilateriais como os da Organização Mundial do Comércio (OMC) valem para o Brasil e para seus competidores internacionais.
O levantamento referente aos gargalos que limitam a expansão das exportações brasileiras realizado pela FGV apontou pontos críticos semelhantes aos da CNI. O estudo estruturado em uma escala de 1 a 5 para definir os aspectos de menor ou maior impacto apontou 11 fatores que concentram os gargalos das expor-tações brasileiras. A falta de incentivos governamentais (3,8) foi apontada como item crítico para o segmento de comércio exterior, seguido da dificuldades de competitividade (3,73) e excesso de tributação (3,62). Os aspectos considerados de alto impacto nos processos foram as limitações de infra-estrutura (3,55), legislação (3,54) e burocracia (3,40). O estudo Competitividade Brasileira nas Exportações, da FGV, foi realizado com base nas respostas de 258 empresas que constam no cadastro da CNI. Somente 4.470 companhias mantêm dados atualizados no cadastro que lista um total de 10,2 mil nomes. A pesquisa obteve um retorno de 5,8% em respostas aos questionários.

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