sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Setor investirá US$ 600 milhões em capacidade produtiva e logística

Gazeta Mercantil/Caderno C / Luciana Collet
26/09/2008
O setor de higiene pessoal e beleza deve investir US$ 600 milhões neste ano na ampliação da capacidade produtiva e do sistema logístico, informou ontem João Carlos Basilio da Silva, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). O volume corresponde a um crescimento de 35% em relação aos cerca de US$ 480 milhões aplicados em 2007. "É um patamar que vem crescendo anualmente. Há três ou quatro anos investíamos entre US$ 300 milhões e US$ 350 milhões por ano", disse.
O crescimento se deve ao aumento do consumo no mercado interno, o que exige um incremento na produção de 9% por ano, disse o executivo. Segundo ele, já existem máquinas trabalhando 24 horas por dia para atender os pedidos.
De acordo com levantamento realizado pela entidade, no primeiro semestre deste ano, o setor obteve uma receita de R$ 7,75 bilhões, preço de fábrica, sem contar impostos. O valor é 7,7% maior em relação ao apurado em igual período do ano passado. Para 2008, a previsão é alcançar R$ 21,2 bilhões, o que representaria alta de 8,7%. O percentual é inferior à média de 10,9% (índice deflacionado) registrada nos últimos 12 anos.
Segundo Basilio, em fevereiro foi implementada no Estado de São Paulo a substituição tributária que elevou em cerca de 70% o total de carga tributária que incide sobre os produtos de higiene pessoal e cosméticos. "Isso prejudicou o nosso desempenho em fevereiro e março", disse Basilio. São Paulo responde por aproximadamente 40% do mercado nacional de higiene pessoal e beleza. De acordo com Basilio, outros estados também estão avaliando a alteração.
Perfumaria
Com esse percalço, o segmento que mais se destacou no primeiro semestre foi o de perfumaria, com crescimento de 13,8% no período, para R$ 1,12 bilhão. "A venda direta e as franquias respondem por 90% da comercialização de perfumes e colônias e esses canais não foram afetados pela substituição tarifária", explicou.
Segundo o executivo, as vendas ao varejo caíram 3,35% em fevereiro, enquanto as vendas diretas, que já tinham substituição tarifária, cresceram 27,07% no mesmo mês.
O segmento de cosméticos cresceu apenas 2,4% nos primeiros seis meses deste ano, para R$ 1,86 bilhão, enquanto as vendas de higiene pessoal somaram R$ 4,76 milhões, o que representa alta de 8,5%, ante o primeiro semestre de 2007.
Basilio afirmou que em 2009 a taxa de crescimento deve voltar ao mesmo patamar dos anos anteriores. A depender do câmbio, tal ritmo de expansão pode dar ao País a segunda colocação entre os principais mercados mundiais em 2010. Desde 2006, o Brasil é o terceiro maior mercado mundial de higiene pessoal e beleza, apenas atrás dos Estados Unidos e do Japão, que têm registrado aumento abaixo de 2%. O mercado brasileiro movimentou US$ 22,2 bilhões em 2007, alta de 22,6% ante o ano anterior.
Entre os mercados em que o Brasil mais cresce está o de protetores solares, que 2007 movimentou US$ 570 milhões, 31,2% do apurado um ano antes. Com isso, o País já responde por 8,2% do mercado mundial, de US$ 6,95 bilhões e passou da quinta para a terceira colocação no ranking de principais países consumidores.

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