sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Argentina vai controlar a entrada de 21 mil produtos

BBC Brasil / Marcia Carmo
17/10/2008
O governo da Argentina aumentará o controle na entrada de 21.600 produtos estrangeiros no país, em uma tentativa de proteger a indústria nacional dos impactos da crise econômica global.
Segundo a assessoria de imprensa da Dirección General de Aduanas (DGA), órgão que controla a entrada de produtos na Argentina, será divulgada na próxima quinta-feira uma lista de mercadorias cujos preços e volumes passarão a sofrer controles mais rígidos. Produtos brasileiros, no entanto, não serão incluídos nas novas regras.
"A lista inclui produtos provenientes de dez países asiáticos e nenhum do Brasil", informou a assessoria do órgão, que também afirmou: "Nossa preocupação, talvez mais intensificada agora com a crise internacional, é a mesma que antes: a de que o Brasil ou outro país do Mercosul sirva de porta de entrada de mercadorias asiáticas com preços de dumping".
A lista deve incluir produtos do setor têxtil, brinquedos e calçados, entre outros, e deverá ser um dos assuntos da reunião prevista para a semana que vem entre autoridades dos países do Mercosul.
"Esse maior controle que faremos convém ao Brasil porque assim também estaremos evitando que produtos asiáticos entrem no Mercosul por aqui e afetem as indústrias e os empregos do bloco", informou o órgão.
No entanto, o jornal La Nación publicou em sua edição online uma entrevisa com o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, onde ele se mostrou contrário a medidas protecionistas.
Segundo o jornal, Mantega descartou um acordo com a Argentina para aumentar a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul e restringir importações de fora do bloco.
"Não acho que estamos caminhando nessa direção (alta da TEC, cuja cobrança máxima é de 35%). Neste momento, não devemos tomar medidas protecionistas em nenhum lugar. O protecionismo foi o que derivou na crise (econômica mundial) de 1929, quando os países se fecharam", afirmou Mantega.

Nenhum comentário: