sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Brasil tem melhores fundamentos no Bric ante crise, analisa Merril Lynch

Reuters
17/10/2008
O Brasil é o país com melhores fundamentos macroeconômicos dentre os membros do Bric - bloco que também inclui Rússia, Índia e China. É o que afirma um relatório do banco Merrill Lynch desta quinta-feira que projeta os impactos da crise global sobre países emergentes.
"Quando olhamos para os indicadores estruturais de crescimento dentro do Bric, observamos que o Brasil oferece a história mais construtiva. Isso caracteriza um ambiente macroeconômico sólido, política monetária proativa e que seu crescimento não foi o mais beneficiado com bonança internacional", diz trecho do documento.
De acordo com o banco, os quatro integrantes do grupo serão afetados pela crise financeira mundial, embora nenhum deles deva enfrentar recessão. A expectativa do Merrill Lynch é que o colapso no mercado de crédito global atingirá com mais força Índia e Rússia.
Esta última, embora rica em recursos naturais, enfrenta condições adversas para crescimento econômico devido ao aumento da presença estatal na economia e a um sério problema demográfico de longo prazo.
Já a Índia também deve sofrer fortemente com o enxugamento do fluxo internacional de investimentos, mas é o país do bloco que oferece as maiores promessas, segundo o banco, por dispor de grande potencial de crescimento para consumo e urbanização.
Por fim, a China dispõe do maior volume de reservas internacionais, as menores taxas de juros, a maior taxa de investimento e potencial de crescimento - o que pode contribuir para um boom de consumo nos próximos anos. Mas será também a economia que mais vai sofrer com o enfraquecimento da demanda nos Estados Unidos e na Europa.
Em conjunto, os países emergentes como um todo vão responder por 78% do crescimento mundial em 2008, percentual que deve subir para 88 por cento no ano que vem, de acordo com o Merrill Lynch.
Por disporem de amplo mercado interno e de reservas internacionais que, somadas, chegam a US$ 3 trilhões, os membros do Bric podem ter uma combinação importante para impedir o mundo de entrar em recessão, segundo o relatório.

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