terça-feira, 11 de novembro de 2008

Economia global desacelera substancialmente em 2009

Invertia / Vagner Magalhães
11/11/2008
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira, em São Paulo, que na discussão entre os participantes da reunião do Banco de Compensações Internacionais (BIS, em inglês) houve consenso de que a economia mundial vai desacelerar substancialmente em 2009. O encontro reuniu presidentes e representantes das principais economias mundiais.
Meirelles afirmou que os países industrializados terão contração do seu produto interno bruto (PIB), enquanto se espera que os emergentes continuem a crescer, apesar esse crescimento ocorrer a taxas menores do que as de 2008.
"Durante a reunião, houve consenso que a economia mundial vai desacelerar substancialmente em 2009. Consenso de que os países industrializados deverão ter contração do seu Produto Interno Bruto, enquanto se espera que os emergentes continuem a crescer, ainda que em um ritimo mais lento", disse.
Meirelles deu a entender que mudanças nas taxas de juros no Brasil não devem acontecer em um curto espaço de tempo. "O que temos a falar sobre a política monetária brasileira está expresso na ata do Copom, divulgada na última quinta-feira".
O documento reconhece os problemas externos, mas não deixa de mencionar os riscos inflacionários, com projeções de uma inflação de até 5,5%, o que impediria uma diminuição da taxa de juro brasileira, que é de 13,75%.
Segundo Meirelles, cada país está adotando as medidas convenientes à sua economia e os bancos centrais estão empanhados em aplicar medidas para melhorar a liquidez de seus mercados.
"O Brasil está enfrentando essa situação em posição relativamente boa. Ninguém é imune à crise. Pelo que conversamos aqui, a situação melhorou em outubro, mas ainda está longe à normalidade", disse.
Sobre a possibilidade de uma regulação mundial dos merados, ele disse que as discussões estão progredindo. "Há consenso e todos concordam que deve haver mudanças. Falta definir quais", afirmou.
Segundo o presidente do BC, há uma necessidade de supervisão mais rigorosa, principalmente na alavancagem dos bancos, que é a relação do capital da empresa e o total de recursos que ela capta como empréstimos.
"O Brasil está adotando todas as políticas necessárias para preservar o país dos efeitos da crise", afirmou.

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