terça-feira, 11 de novembro de 2008

G20 pode parecer 'Torre de Babel', diz 'WSJ'

BBC Brasil
11/11/2008
O encontro dos líderes do G20 em Washington, no próximo fim-de-semana, longe de mostrar uma voz única na busca por soluções para a crise econômicas, se assemelhará, mais provavelmente, a uma "Torre de Babel nacionalista", segundo o jornal americano Wall Street Journal.
O jornal diz, em artigo publicado na sua edição desta segunda-feira, que "os franceses querem reinar em um capitalismo global desordenado e construir uma nova ordem de regulamentação - posição que desperta suspeita nos americanos".
"Os britânicos disseram primeiro que queriam uma 'nova Bretton Woods', que soa como um pedido para reformar ou até substituir o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras instituições concebidas naquela conferência em New Hampshire em 1944. Agora eles querem um FMI mais poderoso", segundo o WSJ.
O jornal ressalta, contudo, que "os russos tentariam vetar esta última idéia".
"Já os chineses (...) querem mais influência nas decisões do FMI."
Mas o diretor-gerente do FMI, Dominique Strass-Khan, vê razões para ser otimista sobre a cúpula do G20 "porque todo mundo na mesa (de negociações) concorda que é crucial uma ação coordenada", diz o WSJ.
Segundo o artigo, tudo depende dos Estados Unidos, dado o tamanho de sua economia. Mas com a transição no país, "o melhor que se pode esperar da reunião desta semana é um compromisso para continuar a fazer de uma reforma financeira uma prioridade."
Um analista ouvido pelo jornal, Joseph Guinan, do instituto de pesquisa americano-europeu German Marshall Fund, em Bruxelas, disse que esta ainda é uma fase em que ninguém confia na visão de como avançar apresentada por qualquer outro.
"Como afastar uma potencial crise futura também é um imponderável. É fácil falar sobre mais regulamentação. Mas de que tipo? E o quanto da regulamentação deveria ser transnacional?", pergunta o WSJ.
"Obama não assumiu posições sobre a reformulação do sistema financeiro global durante a campanha. Mas esta será uma questão que terá que enfrentar forçosamente depressa", conclui o artigo.
O G20 é composto pelos integrantes do G7 (dos países mais industrializados do mundo) e mais 13 nações em desenvolvimento, inclusive o Brasil.

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