sexta-feira, 3 de abril de 2009

G20 termina com promessa de estímulo de US$ 5 tri até 2010

Rodrigo Postigo
03/04/2009
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou nesta quinta-feira, em discurso de encerramento da cúpula do G20, que o grupo espera injetar até US$ 5 trilhões na economia global até o final de 2010 para criar empregos e evitar uma nova crise financeira no futuro.
O montante anunciado contabiliza o que já foi gasto em programas anticrise e um novo aporte de US$ 1 trilhão para organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que terá mais US$ 500 bilhões em recursos, além dos US$ 250 bilhões já destinados a saques de países-membros. O comércio internacional receberá um incentivo de US$ 250 bilhões.
"Estamos realizando uma expansão fiscal sem precedentes e coordenada, que salvará ou criará milhões de trabalhos que, de outra maneira, teriam sido eliminados", afirmou o comunicado do G20. Esse esforço "chegará no final do ano que vem a US$ 5 trilhões, aumentará a produção para 4% e acelerará a transição para uma economia ecológica".
Após a reunião realizada em Londres, Brown leu o manifesto do G20, que inclui ações para reformar o sistema financeiro, limpar os ativos tóxicos de bancos, dar mais voz a países emergentes nas decisões globais e restabelecer o comércio internacional, assim como a oferta de crédito.
"Quando houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, a economia global levou 50 anos para se recuperar. Desta vez será diferente. Não vamos hesitar enquanto as pessoas estiverem perdendo seus empregos e suas casas. Este plano não vai resolver a crise imediatamente, mas vai iniciar o processo", afirmou o primeiro-ministro britânico.
Além disso, o G20 declarou que tem como objetivos incentivar a criação de empregos verdes e reduzir a pobreza no mundo, recomendando que o FMI venda parte do seu ouro para ajudar os mais atingidos pela crise. O G20 reúne as maiores economias do mundo e é responsável por 90% da produção econômica mundial, 80% do comércio global e dois terços da população mundial.
O grupo se comprometeu a realizar uma nova reunião no final deste ano para avaliar o desempenho do plano global de recuperação. "Este é o dia em que o mundo se uniu para lutar contra a recessão, não com palavras, mas com um plano de recuperação e reformulação, com um calendário definido", disse Brown.

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