quinta-feira, 21 de maio de 2009

Demanda da educação aquece mercado de PCs

Valor Online / André Borges e Talita Moreira
21/05/2009
Mais de 300 mil laptops devem ser comprados por professores da rede pública, cerca de 10% do total projetado para o ano
As indústrias de automóveis e de construção civil não são as únicas que veem no setor público um grande aliado para atravessar a crise. O governo - em seus três níveis - tem sido um dos principais motores do mercado de informática. Mas em vez de incentivar o setor por meio da redução de impostos para contornar a desaceleração na economia, como tem feito agora em outras áreas, no mercado de PCs seu papel é o de consumidor.
A demanda vem de toda parte. Um estudo realizado pela empresa de pesquisas IT Data e pelo Instituto Sem Fronteiras aponta que 33% dos órgãos públicos vão investir em programas de inclusão digital neste ano. Mas é a área de educação, entre todos os setores da máquina estatal, que mais tem estimulado os negócios dos fabricantes de PCs.
A pedido do Valor, a IT Data fez um levantamento das principais iniciativas em andamento no país e concluiu que, em 2009, mais de 300 mil laptops serão comprados por professores da rede pública. É o equivalente a quase 10% do total de vendas de portáteis projetado para o ano. Estados como São Paulo e Pernambuco, além do Distrito Federal, saíram na frente e fecharam acordos com bancos e fornecedores de equipamentos e sistemas. Em dois meses, o governo paulista entregou 24 mil PCs. No Distrito Federal, o programa - que já alcançou 22 mil professores - será estendido a 120 mil funcionários públicos. Em Pernambuco, R$ 60 milhões foram usados para entregar computadores aos 26,3 mil professores do Estado.
Paralelamente, os fabricantes de PCs acompanham os desdobramentos das iniciativas estaduais e federal para equipar os laboratórios de informática das 157 mil escolas públicas do país. Só o Proinfo, projeto liderado pelo MEC, deverá colocar no mercado um edital para aquisição de aproximadamente 100 mil computadores, enquanto governos de Estados como Rio Grande do Sul e São Paulo tocam suas próprias iniciativas.
A venda direta ao governo é um alento para a indústria de PCs, que obtém margens mais elevadas ao eliminar a participação das redes de varejo. A Positivo Informática, que tem vencido a maior parte das licitações públicas no país, retomou o terceiro turno na fábrica de Curitiba nesta semana, que havia sido interrompido em razão da queda de vendas no varejo.

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