quarta-feira, 10 de junho de 2009

Apesar da recessão no 1º trimestre, setores da economia já mostram reação

Exportações e crédito tiveram expansão em maio.
Comércio também prevê um segundo trimestre melhor.
G1
10/06/2009
Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram o que aconteceu nos primeiros três meses de 2009, quando a economia teve retração de 0,8%. Mas, neste momento, alguns setores da economia parecem estar reagindo.
O número das exportações brasileiras de açúcar teve forte expansão em maio: superou 2 milhões de toneladas, 63% a mais que em abril. A soja embarcou no mesmo caminho: chegou a 4,68 milhões de toneladas, recorde mensal pelo segundo mês seguido. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) espera que o segundo semestre seja melhor que o primeiro para o setor.
Nas montadoras, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis ajudou a retomar a produção, mas a indústria como um todo diz que precisa de crédito para poder crescer.
“Depois de seis meses de queda tão forte, haver uma melhora é alguma coisa que é um pouco cedo para comemorar. O que precisamos é que essa melhora tenha sustentação”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
O credito tem dado sinais de melhora e a expectativa dos bancos é de emprestar até 15% mais do que no ano passado. Dinheiro que ajuda no desempenho do comércio. As vendas de maio reagiram na comparação com abril: cresceram 8% nas compras à vista e 18% nas a prazo, segundo a Associação Comercial de São Paulo. Além disso, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) projeta um segundo trimestre melhor.
“O comércio interno tem sustentado um crescimento de vendas; nós achamos q este ano vai fechar com crescimento de 3%”, afirma o presidente da entidade, Abram Sjazman.
Uma empresa de moto fretes em São Paulo tem como clientes comerciantes e gente que trabalha em escritórios. A garagem onde as motos ficam estacionadas, atualmente, está praticamente vazia porque a quantidade de serviços aumentou bastante nos últimos dois meses. Quem chega não para; vai logo pra rua.
A situação é bem diferente da do início do ano. O trabalho caiu tanto que quinze 15 motoboys tiveram que ser dispensados. Agora, a empresa está contratando seis novos funcionários
“Está se vendendo mais no mercado, está se usando mais documentação, o mercado dá uma levantada e nós somos o termômetro de tudo isso. Porque sabemos que, se melhora a economia, nosso serviço aumenta também”, diz o empresário Fernando Souza.
Nelson Douglas Vianna, motoboy desempregado, é candidato a uma vaga e está animado com a movimentação na empresa.
“Pelo movimento de motoqueiro entrando e saindo, a empresa deve estar crescendo bem na cidade. Está precisando gente para trabalhar. Ainda mais eu, eu também estou precisando muito de trabalho”.

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