Mudanças de estratégia e profissionalização da gestão levam empresas a mexerem no time de executivos
Valor Online / Claudia Facchini
16/06/2009
O vaivém de executivos nas grandes varejistas intensificou-se nos últimos meses. Entre as multinacionais, o Wal-Mart e o Carrefour estão reforçando o time na América Latina, o que é um sinal da maior importância da região no cenário global.
As empresas brasileiras também estão passando por transformações, motivadas tanto pela crescente tendência de profissionalização da gestão quanto por uma necessidade de renovação das lideranças.
O Wal-Mart trouxe de volta o ex-presidente do grupo no Brasil, Vicente Trius, que estava nos últimos dois anos à frente das operações na Ásia. Trius comandará de Miami (EUA) - apelidada de "capital" da América Latina - os negócios do Wal-Mart na região, onde o grupo fez recentemente uma grande aquisição.
O Wal-Mart comprou em janeiro deste ano a maior varejista do Chile, a D & S, pela qual pagou US$ 2,6 bilhões. A multinacional americana também mantém um plano agressivo de investimentos no Brasil, onde deve investir mais de R$ 1 bilhão neste ano.
No Carrefour, outro nome do alto escalão também está de volta: Eric Heiss. Ex-diretor financeiro da subsidiária brasileira, o executivo havia sido promovido a diretor financeiro do grupo, na França. Heiss responderá a partir de julho por um cargo recém-criado na operação brasileira, passando a chefiar os hipermercados. Quando esteve no Brasil, Heiss participou da constituição do banco Carrefour.
No caso das companhias brasileiras, mais varejistas estão passando por um processo de profissionalização da gestão. "No Brasil, esse é um setor no qual ainda existem muitas empresas familiares", afirma Paulo Amorim, da empresa de consultoria Korn/Ferry, especializada em seleção de executivos.
No entanto, a entrada de fundos de investimento no capital das companhias e o maior interesse dos controladores de abrir o capital no futuro estão levando muitas empresas a melhorar suas práticas de governança.
Esse é o caso do Magazine Luiza, rede de eletrodomésticos paulista, e da Quero-Quero, grande varejista gaúcha de material de construção e eletrodomésticos.
O controle da Quero-Quero foi comprado pelo fundo americano Advent em setembro de 2008. Neste ano, o fundo designou um executivo com larga experiência no varejo, Peter Furukawa, para presidir a rede gaúcha, que possui 170 lojas e fatura cerca de R$ 700 milhões por ano.
No Magazine Luiza, o fundo americano Capital Group detém uma participação no capital da empresa desde 2001, quando pagou R$ 120 milhões por 12% das ações. A varejista tem um firme plano de realizar uma oferta pública de ações na Bovespa e só não o fez até hoje porque a crise econômica a obrigou a adiar o processo.
Quem sempre esteve à frente do Magazine Luiza foi Luiza Trajano, sobrinha dos fundadores. Pela primeira vez, contudo, a empresa decidiu contratar um executivo de carreira. O escolhido foi Marcelo Silva. O executivo conduziu uma bem-sucedida re-estruturação de outra tradicional empresa familiar no país, a Pernambucanas, onde estava desde 2002. Luiza continuará como presidente, enquanto Silva passou a ocupar o cargo de executivo-chefe.
terça-feira, 16 de junho de 2009
A dança das cadeiras no setor de varejo
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