segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Descoberta de petróleo pode "transformar" País, diz 'FT'

Rodrigo Postigo

12/11/2007

A descoberta do campo petrolífero de Tupi, na Bacia de Santos, anunciada na semana passada pelo Brasil, "tem o potencial de transformar sua indústria de petróleo e catapultar o País ao topo da liga de nações produtoras de petróleo", afirma reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal Financial Times.

O diário relata uma afirmação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de que o Brasil poderia chegar ao nível de Arábia Saudita e Venezuela, mas observa que "ela estava, talvez, deixando-se levar pela euforia do momento".

"Ainda assim, muitos analistas concordam que a descoberta tem o potencial de transformar o papel do Brasil na região e no mundo, aumentando sua confiança na busca de objetivos como um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e a entrada no G8, o grupo das nações mais desenvolvidas", diz o jornal.

A reportagem observa que até agora tudo o que há são dois poços de teste perfurados a 280 km da costa na Bacia de Santos, mas que confirmaram que "o campo tem entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, não muito aquém do total de reservas da Noruega, que estavam em 8,5 bilhões de barris no ano passado".

O jornal relata que isso aumentaria em mais de 50% as reservas brasileiras e observa que "Tupi pode ser apenas o início".

A reportagem comenta o fato de o novo campo ter sido descoberto abaixo de uma espessa camada de sal e observa que "a descoberta sugere que todo o petróleo extraído até agora nas águas brasileiras havia atravessado a camada de sal, absorvendo impurezas no caminho, razão pela qual ele é um petróleo pesado, de baixa qualidade".

"O petróleo sob a camada de sal é mais leve, de alta qualidade. E há bastante petróleo", diz o Financial Times.

O jornal cita um analista de uma empresa de consultoria em energia que afirma que a descoberta do campo de Tupi abre a possibilidade de extrair "dezenas de bilhões de barris" na região, apesar de que, em sua avaliação, isso só será conhecido com novas perfurações.

Por isso, observa a reportagem, "o governo brasileiro está tomando suas precauções agora, retirando 41 blocos sobre a camada de sal do trecho que seria leiloado para exploração neste mês, para poder avaliar seu verdadeiro potencial".

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