quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"É preciso ampliar a integração do Mercosul", diz Alvarez

Ansa

20/02/2008

O presidente da Comissão de Representantes do Mercosul, o argentino Carlos Alvarez, disse que não há "contra-indicações" nos acordos Tifa com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que defendeu o aprofundamento da integração e rechaçou a existência de "sócios de primeira e segunda" no bloco. Em entrevista publicada hoje no jornal Ultimas Noticias, "Chacho" Alvarez se disse partidário de que o Mercosul - composto por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, com a Venezuela em processo de ingresso como sócio pleno - chegue a acordos com outras regiões, como os países da Ásia.

"O Mercosul tem que chegar a acordos com outras regiões", disse o ex-vice-presidente argentino, adiantando que se prepara para uma visita ao Japão e que em março o Mercosul vai retomar o diálogo com a União Européia em Bruxelas. Ele também se disse a favor de "ampliar a dimensão da integração" e acordar um compromisso dos países de "não fomentar um conjunto de medidas que conspirem contra a construção do mercado comum", que em maio vai realizar uma cúpula com a União Européia, em Lima.

Sobre as atuais assimetrias no bloco, Alvarez opinou que "é preciso ser flexível com os países de economia menor". Ele assegurou que não há "contra-indicações" em relação ao Acordo Marco sobre Comércio e Investimentos (Tifa, na sigla em inglês), firmado entre o Mercosul e os Estados Unidos no ano passado, Alvarez se referiu ainda aos acordos bilaterais entre Argentina e Brasil - as duas principais economias do Mercosul - e, apesar de considerar positivo um "bom relacionamento" entre os países, criticou "as conversas que podem transmitir a idéia de que há sócios de primeira e de segunda. Isso é totalmente negativo", disse.

Consultado sobre o impacto no Mercosul do conflito diplomático entre Argentina e Uruguai, provocado pela instalação da fábrica de celulose Botnia, Alvarez disse que "há avançes concretos entre os países", apesar do problema bilateral. "Há uma dinâmica que continua se desenvolvendo independentemente do conflito", assegurou.

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