sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fitch eleva Brasil para grau de investimento

Agência Estado
30/05/2008
O Brasil conquistou o selo "grau de investimento" por mais uma importante agência de classificação de risco. Hoje, a Fitch Ratings elevou a nota de dívida soberana do País de BB+ para BBB-. Com a notícia, a Bovespa, que vinha caindo, passou a subir, mas logo depois voltou ao terreno negativo, caindo 0,29% por volta das 15h45.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que a confirmação do grau de investimento ao Brasil significa que o País está tendo cada vez mais reconhecida a sua melhora de fundamentos. Segundo Meirelles, a confirmação vai significar melhora da qualidade do investimento no Brasil. "Ou seja, investimento de longo prazo e recursos que têm, em geral, a maior contribuição para o setor produtivo", acrescentou o presidente do BC. No dia 30 de abril, o Brasil se tornou grau de investimento pela avaliação da Standard & Poor's, surpreendendo os analistas econômicos, que não esperavam uma elevação da nota antes do segundo semestre deste ano. A reação do mercado financeiro foi muito positiva: a Bovespa avançou 6,33% naquele dia e bateu recorde de pontos no encerramento dos negócios pela primeira vez no ano. Na mesma noite, a Fitch afirmou que a nota brasileira estava sendo revisada. Agora, das três maiores agências de classificação de risco do mundo, apenas a Moody's não avalia o Brasil como grau de investimento.
A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos.
A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é considerado "grau de investimento". Ou seja, o risco de calote é muito baixo. Muitos fundos de investimento estrangeiro direcionam recursos apenas para países que têm esta classificação. Parte deles é mais exigente, aplicando apenas em países que são considerados "grau de investimento" por ao menos duas das três grandes agências, grupo em que o Brasil ingressa agora.
Na classificação da Fitch, a pior "nota" é a D, que significa que o país ou entidade deixou de fazer todos os pagamentos, e RD, que significa a falta de alguns pagamentos. Depois, da mais baixa para a mais alta, vêm as classificações C, CC, CCC-, CCC e CCC+, que significam que o calote é uma possibilidade.
Em seguida vêm as "notas" B-, B, B+, BB-, BB e BB+, que indicam que existe risco de crédito nos papéis do país ou entidade. Todas as categorias da RD à BB+ são consideradas "grau especulativo"
Dentro do grau de investimento estão as categorias BBB-, BBB, BBB+, A-, A, A+, AA-, AA, AA+ e AAA, que têm risco considerado baixo de falta de pagamento.

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