segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Emergentes não vão escapar de desaceleração

Invertia / Denise Campos de Toledo
20/10/2008
Passado o risco de um colapso financeiro, ficam mais claros os sinais de uma desaceleração mais forte de diversas economias e mesmo de recessão, como nos Estados Unidos. Queda de vendas no varejo, da produção industrial, da confiança do consumidor, da construção de casas, tudo isso confirma o processo recessivo da economia americana. Na Europa, a retração já é realidade para vários países, assim como no Japão.
Nem os emergentes vão escapar da freada. A China já registra, entre outros efeitos, a queda das exportações, o que vai acarretar redução das compras do País, podendo prejudicar fornecedores de matérias-primas, como o Brasil.
A crise pode ser mais abrangente e duradoura do que se previa, o que mantém o clima de incertezas e pode continuar prejudicando o mercado financeiro. Ainda é cedo para contar com a possibilidade de um comportamento mais estável, principalmente, das bolsas de valores. Novos dados negativos podem surpreender. E a piora do desempenho de empresas de vários setores, além da baixa dos preços das commodities, podem afetar as ações, apesar do ajuste pesado que o mercado enfrentou nos últimos anos, justamente pela antecipação do processo recessivo.
Importante observar, no entanto, a intenção já demonstrada por alguns governos de lançar medidas de estímulo à retomada do crescimento econômico, seguindo procedimento adotado para barrar a crise financeira. Ampliar os gastos públicos, estimular novos projetos, socorrer empresas, reduzir tributos podem ser algumas das alternativas, sem se descartar ações coordenadas como ocorreu com o lançamento dos pacotes de socorro financeiro a redução dos juros básicos decidida, simultaneamente, por vários bancos centrais.
Enfim, medidas podem ser tomadas para diminuir a intensidade ou a duração da crise econômica que, em princípio, só deve ganhar força nos próximos meses.

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